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Itapema FM  | 03/07/2013 15h51min

Videoclipes assumem papel cada vez mais decisivo na carreira dos artistas

Produções audiovisuais ganham importância graças a veiculação pela internet

Gustavo Foster  |  Especial

Os Yeah Yeah Yeahs lançaram na última semana o primeiro videoclipe da história gravado no topo do Empire State. Em junho, a estrela teen Miley Cyrus bateu recorde ao atingir 10,7 milhões de visualizações no YouTube em um único dia. No Brasil, Clarice Falcão tornou-se fenômeno graças aos vídeos na internet em que aparece apenas tocando e cantando - seu maior sucesso, 8º Andar, tem 3 milhões de acessos.

>> Top Tudo: veja artistas que ganharam fama graças aos videoclipes

O videoclipe sobreviveu à crise da MTV, ampliou seu alcance via YouTube e agora assume um papel cada vez mais decisivo na carreira dos músicos. Todos dão grande importância à linguagem audiovisual, de astros do pop internacional a iniciantes em busca de um lugar ao sol, como provou a então desconhecida A Banda Mais Bonita da Cidade, em 2011. Ainda mais em tempos em que tocar nas rádios ou lançar discos físicos não são mais a garantia para conquistar novos fãs: é a internet o principal canal de comunicação com a audiência.

— É uma ferramenta de compartilhamento, disseminação. Temos mais visualizações nos vídeos do YouTube do que downloads do disco — diz Alexandre Kumpinski, vocalista da banda gaúcha Apanhador Só, que lançou em maio o clipe de Despirocar, do mais recente disco, Antes que Tu Conte Outra.

Veja o clipe de Despirocar, da Apanhador Só


Uma prova da vida longa e próspera dos videoclipes está nos recordistas de popularidade no YouTube: desde o surgimento do portal, em 2005, os seis vídeos mais vistos são musicais, liderados por Gangnam Style, de Psy, com mais de 1,6 bilhão de visualizações. No Brasil, o fenômeno se repete: Ai, se Eu te Pego, de Michel Teló, chegou a 500 milhões de visualizações. Coincidentemente, é o mesmo número de pessoas que assistiram à maior estreia de videoclipe da história: Black or White, de Michael Jackson, em 1991, com transmissão simultânea em três canais de TV norte-americanos.

Hoje, fazer um clipe é um projeto muito mais viável do que na época em que o Rei do Pop lançava vídeos que seriam marcos. Com mais acesso a tecnologias, fazer um clipe é quase tão natural quanto lançar o primeiro single na rede. E quase um dever. Nas palavras do músico Frank Jorge, coordenador do curso de Produtores e Músicos de Rock, da Unisinos, o vídeo deixou de ser um diferencial e se tornou algo "essencial":

— Hoje, o videoclipe é tão importante mercadologicamente para o artista quanto a própria música.

Para fazer diferença, valem tanto os vídeos de produção mais enxuta, como os de Clarice Falcão, quanto abordagens cinematográficas. A banda gaúcha Pública está produzindo, com técnicas experimentais de filmagem, o clipe de Pouca Estrada para Cedo Envelhecer, canção do disco mais recente, de 2011.

— Vemos o clipe como outra forma de arte além da música — afirma o vocalista Pedro Metz, que também dirige os vídeos da banda.

O portal Vevo, que veicula clipes de grandes gravadoras, fechou uma parceria com a Billboard para criar uma parada de sucessos de vídeos, que estreia em julho. Também está nos planos da Vevo lançar discos em que todas as faixas contenham vídeos com as letras das músicas em animações, como fez, recentemente, Roberto Carlos com Esse Cara Sou Eu.

— Os fãs faziam isso, e o vídeo tinha 12 milhões de visualizações. Por que o artista não faz isso? — diz a diretora da Vevo no Brasil, Fátima Pissarra.

O Jota Quest deve ser a primeira banda a lançar um disco inteiro em lyric videos, ainda este ano.

SEGUNDO CADERNO
Roberta Sant'anna / divulgação

Cena de "Despirocar", clipe da Apanhador Só
Foto:  Roberta Sant'anna  /  divulgação


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