Não é raro olhar a programação das noites competitivas do Festival de Dança de Joinville e observar coreografias de balé clássico de repertório repetidas. Mesmo entre tantas obras indicadas pela curadoria do evento, a preferência por um determinado trabalho pode indicar que, mais do que afinidade com os passos, os candidatos compartilham a preocupação com o conjunto valorização da técnica e expressão.

Pelo menos são esses dois quesitos que parecem colocar "La Esmeralda", "Harlequinade" e "Coppélia" no topo da lista de obras que serão executadas na Mostra Competitiva deste ano.

Foi pensando em adequar a coreografia ao nível de aprendizado que a professora Vivian Christina Marinho Tavares, do Conservatório Brasileiro de Dança, do Rio de Janeiro, prepara Daniela Marinho, 14 anos, para executar um trecho inspirado em "La Esmeralda".

— Este é um balé que todas as bailarinas querem dançar. Ele reúne uma técnica apurada e é muito expressivo. É preciso uma intérprete com boa condição técnica e maturidade física — explica Vivian.

A variação que Daniela irá apresentar na categoria júnior não faz parte da obra original de "La Esmeralda". A coreografia é inspirada na história de uma cigana que tem vários homens a seus pés, mas mantém a personalidade forte e sensualidade da protagonista.

— É uma variação bem difícil — afirma Daniela, que já dançou clássico livre no Meia Ponta e neste ano faz sua estreia no Centreventos Cau Hansen.

Spinelli Escola de Dança, Grupo Especial, Escola de Dança Petite Danse e Cep em Arte Basileu França também apresentam trechos da obra na mostra desta edição.

"Harlequinade" também está entre os que mais encantam o público do Festival. O figurino alegre e a performance cênica dos interpretes acabam sempre com bons resultado na avaliação. Prova disso é que Mariana Paschoal, 14 anos, premiada na variação feminina de "Harlequinade" em 2012, volta ao palco de Joinville agora com um grand pas-de-deux da mesma obra.

A bailarina do Ballet Paula Gasparini dançará ao lado de Felipe Domingos, que também interpreta uma variação do mesmo balé na categoria júnior. Além de encantar os jurados, a professora Paula Gasparini destaca outros atributos para conquistar prêmios:

— Não existe balé fácil, mas é preciso ser totalmente fiel à montagem — frisa.

O terceiro no ranking do repertório é "Coppélia", balé coreografado originalmente por Arthur Saint-Léon, com libreto de Charles Nuitter e música de Léo Delibes. Neste ano, ele foi escolhido pelo Balé Juvenil Centro Cultural Gustav Ritter, Corpo de Baile Juvenil da Escola Municipal de Bailado de Santos, Escola de Ballet Pequena Cena e Cia "Petite Danse".

No Meia Ponta, onde compete crianças de dez a 12 anos, os balés de repertório mais escolhidos são "O Quebra Nozes", "Giselle" e "A Bela Adormecida".