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Itapema FM  | 28/06/2013 07h04min

Coreógrafos do Festival de Dança trabalham mais que bailarinos antes e pós evento

Muitos assistem a todos os gêneros em busca de inspiração para seus trabalhos

RAFAELA MAZZARO  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

A música é envolvente; o bailarino, impecável. No fim da apresentação, o intérprete agradece as palmas que lhe são direcionadas. Sai de cena. Alguém o espera atrás da cortina. É o coreógrafo, aquele para quem o palco é o alívio de meses de um trabalho que vem antes mesmo da criação dos movimentos para a dança e nem sempre se importa se os louros da dança ficarem somente para seus bailarinos.

Até chegar aos olhos dos jurados, as coreografias dirigidas a festivais passam por uma longa gestação. Muitas vezes, elam nascem de uma palavra, uma ação ou uma canção. Então vem a pesquisa, concepção de movimentos, iluminação, cenário, figurino e voilà.

— Às vezes, ainda temos que adaptar a coreografia porque, na prática, nem sempre sai como planejamos — conta Paulo Gelinsky, coreógrafo de danças urbanas de Itajaí.

Para essa articulação toda, o tempo é imprescindível. Não se faz um trabalho de qualidade sem perder muitos meses, segundo Paulo. É por isso que só um dos trabalhos que ele trará para o 31º Festival de Dança de Joinville levou um ano para ser considerado pronto. "The Rain", que disputa pela Tríade Cia. de Dança de Rua ao lado de "Contraste".

— A atividade de um coreógrafo é constante. Não há trabalho garantido — avisa o criador.

Em se tratando de coreógrafo de festivais e concursos, a preparação de uma nova criatura começa antes mesmo da já finalizada subir ao palco. Monique Paes, que tem uma companhia que leva seu nome em Jacareí (SP), faz uma maratona durante o evento para assistir a todas as apresentações, inclusive as dos gêneros nos quais o grupo não compete. Isso porque elas podem ser fontes valiosas de inspiração e termômetro da produção no País.

Monique, que compete há quatro anos com grupo próprio e em 2013 teve quatro coreografias de jazz e sapateado com sua assinatura aprovadas, é presença certeira em todas as noites da Mostra Competitiva.

— Assisto a tudo, inclusive balé clássico de repertório. Digo que trabalho mais no Festival do que no final de ano — brinca a coreógrafa, que se antecipa tanto em suas produções, que já tem projeto para a edição joinvilense de 2014.

Só como espectadora neste ano, Nayana Rick, competidora do Festival desde 1997, vem de Belo Horizonte só para observar a movimentação dos bailarinos e fazer cursos. A visita será fundamental para a edição de 2014, ano em que pretende estrear em Joinville sua própria companhia.

— Aprendi muito na última vez que participei do Festival, em 2010, a primeira como coreógrafa de 'Tarantella' e 'Joia Kaballa' — conta.

Além de acompanhar todo o processo de desenvolvimento de uma coreografia, a maioria dos profissionais que assinam montagens e participam de festivais como o de Joinville soma muito mais funções do que a própria criação.

— Em grupos menores, o coreógrafo acaba sendo diretor do grupo, psicólogo, paga as contas, faz iluminação, figurino... — relata Paulo.

Mas se engana quem pensa que coreógrafos são despidos de vaidades. O reconhecimento é sempre estimulante, principalmente se, além de palmas, resultaram em prêmios.

— O Festival de Dança de Joinville é um dos poucos eventos que contam com premiação para coreógrafos — reclama o coreógrafo de danças urbanas.

Monique diz que o reconhecimento não está só no prêmio em si:

— Todas as vezes que voltamos do Festival com boas colocações, a escola aumenta.

Rafaela Martins / Agencia RBS

Paulo não tem medo de aadaptar as coreografias
Foto:  Rafaela Martins  /  Agencia RBS


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