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Itapema FM  | 27/06/2013 07h01min

O contemporâneo, um dos gêneros mais jovens do Festival de Dança, propõe a reflexão do público

Neste ano, 32 coreografias do gênero subirão ao palco da Mostra Competitiva

RAFAELA MAZZARO  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

O Festival de Dança de Joinville tem bagagem suficiente para revelar que a arte do movimento pode ser antiga, mas nunca para de surpreender, a começar pelas nomenclaturas. O que se conhece hoje como dança contemporânea já chegou a ser classificada na competição como dança moderna e dança-teatro. O termo usado atualmente foi aderido pelo evento nos anos 2000 — quando o Festival era ainda um "adolescente" — e tem seu "quê" de expectativa do público por ser o gênero que, na essência, busca romper com os padrões estéticos.

A dança contemporânea é a dança do "agora", e por isso revela muito o momento, que pode ser tanto global como íntimo. E, mesmo que a coreografia seja dirigida a uma competição, seu objetivo não é necessariamente agradar visualmente:

— Não há preocupação, há criação — afirma o coreógrafo Wald Oliveira, de Jaraguá do Sul.

Ele participa do Festival desde a primeira edição e é quem assina o trabalho da fotografia acima, onde a bailarina faz sua performance envolta do tecido que simula uma camisinha feminina gigante, apresentado no ano passado.

A imagem pode causar um ligeiro desconforto, e esse é um dos elementos que tem portas abertas na dança contemporânea. Além dele, há outras sensações incentivadas pelos coreógrafos que buscam tirar o espectador do lugar comum. A grande aposta de Oliveira para a Mostra Competitiva deste ano é a coreografia de duo júnior "Divididas".

Instigada pelas descobertas corporais, Layla Mulinari, do Espaço Expressão, de Lorena (SP), vem na contramão do virtuosismo costumeiramente buscado pelos jurados entre os bailarinos. Ela segue a máxima do coreógrafo norte-americano Merce Cunnigham, que diz que "o movimento é movimento, nada mais importa do que ele próprio".

— Trabalho com o que o corpo pede. São os movimentos que ditam o tema, e não o contrário — afirma a coreógrafa que apresentará três trabalhos nesta edição.

Os caminhos percorridos pelo gênero nem sempre vão de encontro com o que mais agrada ao público, o que exige muito mais que admiração dos espectadores.

— O meu grande desafio é alcançar o entendimento orgânico dos movimentos, o que é diferente nos outros gêneros — argumenta Liziane Bortolatto, da Abydos Estúdio de Dança, de Itajaí.

Neste ano, 32 coreografias da área foram selecionadas para subir ao palco do Centreventos. Em 2012, a dança contemporânea obteve três vagas na Noite dos Campeões. "O Outro Nascimento", criação de Matheus Brusa, eleito coreógrafo revelação da 30ª edição; "Transmeformar", da Art Dança Espaço Cultural; e "Deixe Ela Entrar", do RS Núcleo Distante da Dança, foram os destaques do ano.

Maiara Bersch / Agencia RBS

"Deixe-me Entrar", do Projeto Wald Oliveira, de Jaraguá
Foto:  Maiara Bersch  /  Agencia RBS


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