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Itapema FM  | 24/06/2013 15h43min

Bebel Gilberto lança CD e DVD gravados no Rio de Janeiro

Em conversa com ZH, cantora e compositora fala sobre o projeto e manter uma carreira fora do Brasil

Roger Lerina  |  roger.lerina@zerohora.com.br

Com mais de 2,5 milhões de discos vendidos, a cantora e compositora Bebel Gilberto, 47 anos, faz sucesso no mundo inteiro com sua bossa nova eletrônica. Nascida em Nova York e radicada na cidade americana desde 1991, a filha dos músicos João Gilberto e Miúcha escolheu o Rio como cenário para a gravação de seu primeiro DVD.

A intérprete conversou por telefone com Zero Hora sobre Bebel Gilberto in Rio, primeiro trabalho de sua nova produtora, chamada Bebelucha (“Era como a minha avó me chamava”).

Zero Hora – Como foi selecionar o repertório do CD e DVD Bebel Gilberto in Rio?
Bebel Gilberto –
Acho que o projeto é uma celebração de um ciclo que começou com o Tanto Tempo. Até a capa desse trabalho atual é uma citação à capa daquele disco. Na verdade, nada foi muito planejado, foi um acaso. Eu não poderia deixar de fora as 11 músicas do Tanto Tempo, que sempre são pedidas pelo público nos shows. Já Rio eu resgatei da compilação que a AmFar (fundação para a pesquisa da Aids) lançou no Festival de Cannes de 2011.

ZH – No DVD, chama a atenção como o clima e o tema das músicas vai acompanhando a mudança do dia para a noite.
Bebel –
Foi tudo obra do grande diretor, seu conterrâneo, o Gringo Cardia (o artista, designer, cenógrafo e diretor nasceu em Uruguaiana). Somos muito amigos, desde a época do Circo Voador. Ele entrou desde o começo do projeto. Queríamos captar ao vivo isso da mudança da luz, de acordo com o clima das músicas. Cada canção foi gravada duas vezes. Tivemos sorte de conseguir registrar tudo como queríamos gravando em apenas um dia.

ZH – O projeto contou com as participações especiais do rapper Flávio Renegado, cantando com você ao vivo, e do seu tio Chico Buarque em estúdio.
Bebel –
Fui ver uma apresentação do Renegado tempos atrás com uma amiga. Depois, descobri que ele ia fazer um show no Central Park em julho passado, fui lá e a gente conversou no camarim. Eu queria uma participação de alguém que tivesse um trabalho completamente diferente do meu. Já Samba e Amor eu adoro desde menina, é uma música linda do... eu ia falar “meu pai” (risos)! Hoje é o aniversário do Chico (a entrevista foi concedida no último dia 19, quando o cantor e compositor completava 69 anos).

ZH – Pela primeira vez, você está lançando um trabalho novo antes no Brasil e depois no Exterior. Por quê?
Bebel –
Também é uma coincidência ser lançado antes no Brasil. Mas, na verdade, é isso mesmo: estou dando maior prioridade ao Brasil agora. É a terceira vez neste ano que venho ao país, estou morando no avião.

ZH – Como é manter uma carreira de sucesso fora do Brasil?
Bebel –
Não é fácil, é uma batalha. Todo dia tem um desafio novo. Mas minha vida sempre foi isso, desde quando era criança e acompanhava meus pais nas viagens deles. A ideia é essa: eu vou rodar o mundo, mas aqui é o meu lugar.

ZH – Quais outros artistas brasileiros você vê fazendo sucesso lá fora?
Bebel –
Há uma curiosidade geral com a cultura brasileira. É só dizer que é do Brasil que o pessoal se interessa. Nos Estados Unidos, noto um interesse por gente nova como a Céu, o Otto, o Marcelo D2, até participei do show dele no Central Park. E tem Seu Jorge, que é o número 1 por lá.

ZH – O que você tem escutado atualmente?
Bebel –
Não tenho tido tempo de ouvir muita coisa porque estou trabalhando em meu próximo disco. Gosto muito do último disco do Otto, também o da Tulipa Ruiz. Depois que eu disse no jornal O Globo que estava ouvindo Anitta, quase fui apedrejada! Mas é que, de vez em quando, eu gosto de ouvir uma coisa engraçada como Meiga e Abusada.

Cartão-postal musical

Desde a estreia em disco, em 2000, Bebel Gilberto vem explorando com sua voz doce e quente um estilo que mistura bossa nova, música eletrônica, samba e jazz lounge. Alternando composições próprias com temas de mestres como João Donato, Marcos Valle e Vinicius de Morais, cantando em português e em inglês, a artista cristalizou em seus quatro discos um som sofisticado e suave, que agrada a ouvidos gringos e brazucas. A síntese dessa trajetória está em Bebel Gilberto in Rio, registrado ao vivo em dezembro passado em um palco montado no Arpoador, tendo como cenário a exuberante beleza praiana da Cidade Maravilhosa.

Bebel regravou todas as músicas de seu primeiro álbum, Tanto Tempo, em arranjos novos assinados pela dupla de produtores Kassin e Liminha – além de canções de seus outros trabalhos, um tema do rapper mineiro Flávio Renegado (Na Palma da Mão), o sucesso Preciso Dizer que te Amo (parceria com Cazuza e Dé Palmeira dos tempos de boemia no Leblon), um hit da banda inglesa Duran Duran (Rio) e um dueto em estúdio com Chico Buarque (Samba e Amor).

No DVD, o repertório funciona como trilha sonora para o show da natureza carioca: se enquanto Bebel saúda o crepúsculo na letra de Simplesmente o sol está apropriadamente se pondo, é a lua, citada no primeiro verso de Aganjú, que surge ao fundo na interpretação da canção de Carlinhos Brown. Bebel Gilberto in Rio é um lindo cartão-postal.


BEBEL GILBERTO IN RIO
CD e DVD da cantora e compositora.
Lançamento Biscoito Fino, 17 músicas,
R$ 30 (CD) e R$ 39
(DVD)
Cotação:
3 de 5 estrelas

SEGUNDO CADERNO
João Wainer / Divulgação

Cantora lança trabalho intitulado "Bebel Gilberto in Rio"
Foto:  João Wainer  /  Divulgação


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