Notícias

Itapema FM  | 18/06/2013 10h35min

Filmes venezuelanos são destaque na programação do Florianópolis Audiovisual Mercosul

Confira a entrevista com a produtora Maria Carolina Aguero, uma das convidadas do evento

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

"A Venezuela é um país maravilhoso, mas a economia e a política são outra coisa. Falta carinho". É assim que define sua terra natal a produtora Maria Carolina Aguero, que veio a Florianópolis para participar da 17ª edição do Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM). O evento, que começou dia 14, termina nesta sexta e exibirá gratuitamente mais de 80 filmes, entre eles Piedra, Papel o Tijera, do qual Maria Carolina é produtora.

Confira aqui a programação dos dias 14 a 21 de junho

Leia aqui a reportagem completa sobre o FAM


Ansiosa com a exibição, já que temos pouco contato com o cinema venezuelano no Brasil, ela se disse encantada com os aplausos intensos que o filme recebeu e foi contatada por representantes de festivais de Gramado, São Paulo e Recife. Fascinada com a mostra de curtas brasileiros e com o documentário Jango, exibido no sábado, ela concedeu ao DC uma entrevista no Hotel Maria do Mar, em Florianópolis.

Com a entrada da Venezuela no Mercosul ano passado, você acredita que o cinema do país deve chegar mais ao Brasil?

Creio que como cineastas devemos aproveitar as ferramentas que existem. O estado tem uma plataforma, existe burocracia mas nós devemos propor maneiras de tornar nossos filmes visíveis. Existem coisas a serem feitas no que se refere a facilidades aduaneiras, permissões de envio, coisas que podem baixar os custos.

Sendo o Brasil o país anfitrião do FAM e com tantos filmes em espanhol, fica claro que nossas fronteiras têm muito mais entraves do que deveriam. Esse laço é muito importante, estou muito agradecida com o convite. Durante a ditadura argentina e uruguaia, o Estado interferia muito na parte criativa, isso fez com que houvesse uma baixa na produção.

Temos o fundo do estado para o cinema, que tem um edital aberto todos os anos para inscrições e que funciona trimestralmente com dinheiro vindo dos impostos. Acredito que a partir de 2010 tivemos um novo recomeço no cinema do país com duas produções especialmente bem-sucedidas.

Geralmente os filmes nacionais têm cerca de 100 mil espectadores. A Hora Zero teve quase 1 milhão de pagantes e no mesmo ano estreou Hermano, com mais de 800 mil espectadores. Isso atiçou a curiosidade do público para os próximos filmes nacionais. Ambos são obras-primas.

A Venezuela está passando por uma crise de abastecimento muito grande. Isso afeta o cinema?

Está afetando porque houve uma desvalorização da moeda com a crise. Os filmes aprovados para começar depois de março deste ano que têm apoio estatal estão sendo revistos porque é preciso ver como lidar com a situação. O cinema na Venezuela continua dependendo dos fundos do estado. Isso não vai ser resolvido de uma hora para a outra, mas com a inflação, ou o que seja, é necessário estabelecer uma forma de controlar a situação para continuar produzindo. Depois desse impulso que ganhou o cinema nacional não podemos nos dar ao luxo de parar de produzir.

Como a crise afeta a população?

Afeta a todos porque vai desde itens de alimentação muito básicos, como arroz, frango e café, até os de higiene como papel higiênico. Será necessária uma reorganização do estado para resolver.

DIÁRIO CATARINENSE
Julio Cavalheiro / Agencia RBS

A produtora Maria Aguero: Venezuela veio ao FAM com 10 filmes
Foto:  Julio Cavalheiro  /  Agencia RBS


Comente esta matéria
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.