No Brasil desde a noite de abertura do Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM), dia 14, Karina Velasquez é protagonista do filme Wayuu, La Niña de Maracaibo. Estrela do longa que é destaque da programação do FAM amanhã, às 21h, na UFSC, ela também estará em outros três filmes: a comédia Todo por la Taquilla (Tudo pela Bilheteria), o romance Hasta que la Muerte nos Separe (Até que a Morte nos Separe) e o suspense Secretos de Confesión (Segredos de Confissão), que tem como produtora Maria Carolina Aguero, que também está em Florianópolis para o FAM com o filme Piedra, Papel o Tijera (Pedra, Papel ou Tesoura).

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Encantada com a mostra de curtas nacionais, ela espera a chance de trabalhar com um diretor brasileiro e acredita que o objetivo do festival é conhecer o trabalho de outros países e culturas, ou, como ela mesma define, "nos hermanarmos". Confira a entrevista de Karina abaixo e o bate-papo com Maria Carolina aqui.

Como é o enredo do filme que você protagoniza?

Miguel Curiel, o diretor, escreveu há quase 20 anos essa história que se passa em Alta Guajira. O local tem paisagens maravilhosas, fica na fronteira com a Colômbia essa cidade venezuelana que se chama Maracaibo e existe lá uma grande disputa em definir quem são os melhores.

Os maracuchos são definidos pelo Miguel como o Channel número 5 concentrado, como um veneno em frasco pequeno (que, dizem, são os mais fortes). São pretenciosos, acreditam que são o máximo, os mais talentosos, têm a melhor comida, as melhores tradições. No filme interagem os maracuchos, os bascos e os indígenas, que são os Wayuu.

E é interessante ver a forma como o basco nunca entende nada... (risos). Minha personagem descobre que o rei Wayuu está fazendo um negócio com esmeraldas e se liga com o rei guajiro, o que é proibido.

Como é a relação com os indígenas na Venezuela?

Não existem conflitos por assim dizer, é mais como uma gozação "ah, os maracuchos são os melhores, são pretensiosos". Na parte política pode ser que haja muito desencontro, mas somos irmãos, temos que lidar com isso de alguma forma.

No trailer, um personagem diz que os Wayuu são os únicos que "sobreviveram ao ouro, café, cacau, gonorreia, sífilis e à maldição do petróleo". Essa definição é real?

Sim, os indígenas são sobreviventes. Desde o começo da colonização espanhola foram maltratados. São sobreviventes das doenças, da escravidão, de tudo. E assim estão como no ostracismo.