Atualizada em 13/06/2013 às 10h18min Claudia Nunes  |  claudia.nunes@diario.com.br

O segundo Estado com a maior oferta de cursos de Design no Brasil, atrás apenas de São Paulo, abrigará pela primeira vez uma Bienal brasileira sobre o tema. O anúncio oficial do evento acontece nesta quinta-feira, em Florianópolis, cidade que será sede da V Bienal Brasileira de Design em maio de 2015. Apesar de faltar quase dois anos para a abertura do evento, os organizadores esperam, a partir do anúncio, iniciar uma série de atividades para abrir o olhar dos catarinenses sobre a importância do design para a economia, independe do ramo de atuação das empresas.

Abranger o maior número de pessoas, inclusive, é o tema da próxima bienal. A coordenadora do evento, Roselie Lemos, explica que o conceito design for all faz parte das discussões recentes dos profissionais que atuam na área e prega a necessidade de se desenvolver os produtos para os mais diversos usuários: da criança ao idoso, do magrinho ao gordinho.

Para dar a largada ao evento, às 19h, 12 marcas catarinenses, que representam os diferentes segmentos da economia e que lançaram novos produtos com algum tipo de inovação de mercado desde 2010, serão expostas na Federação das Indústrias de SC (Fiesc).

Estes exemplos de investimento em design circularão por quatro cidades de SC a partir da próxima semana. Quem passar pelos shoppings do Grupo Almeida Junior em São José, Blumenau, Joinville e Balneário Camboriú perceberá que há design nas peças que compõem um jogo de cama, uma prancha de surfe ou mesmo nas embalagens de chocolate vendidas em supermercados. Em cada município, a exposição ficará por duas semanas.

Dois eventos maiores, que atualmente estão em São Paulo, também farão parte das atividades "pré-bienal". Florianópolis receberá a Bienal Ibero-americana de Design, na segunda metade do ano, e a Bienal Brasileira de Design Gráfico, que ainda fica dois meses no Sudeste para, depois, ser organizada aqui.

Bienal em Florianópolis não ficará restrita a um ambiente fechado

Atendendo a telefonemas, direcionando a montagem da exposição e sendo aguardada por várias pessoas, Roselie acredita que 2015 está logo ali. Assim como acontece em Milão, ela adianta que em Florianópolis a Bienal será espalhada por toda a cidade e em alguns pontos ao ar livre, numa tentativa de fazer com que as pessoas interajam mais — e os turistas aproveitem para conhecer a Ilha.

Entre os locais mapeados para instalar o evento, estão o Centro Integrado de Cultura, o Sapiens Parque e o Palácio Cruz e Sousa. Mas há também una iniciativa para mobilizar empresários a entrarem no clima de um festival: na SC-401, onde há uma concentração de lojas de decoração, espera-se que móveis e objetos sejam expostos fora dos estabelecimentos.

— As atrações estarão espalhadas pela cidade e queremos disponibilizar um meio de transporte para levar as pessoas aos diversos lugares onde há exposição — antecipa Roselie.

A fórmula para buscar o diferencial

Se falta o olhar dos consumidores capaz de enxergar o design em produtos, marcas e negócios, como afirma a coordenadora da V Bienal, falta às empresas catarinenses a cultura de utilizar o design desde as primeiras etapas de desenvolvimento de um novo projeto. A constatação do superintendente do Instituto Euvaldo Lodi de SC, Natalino Uggioni, é um alerta para quem quer ser inovador no mercado.

— O que normalmente acontece nas indústrias é se pensar o design no final do processo, para dar uma nova roupagem ao produto. Nós queremos que elas percebam a importância do design não na última etapa do seu desenvolvimento, mas na inicial, como parte do processo de inovação para diferenciá-los dos demais e ter competitividade no mercado — comenta.

Uggioni ressalta que ter uma indústria pequena não impede que o design seja excluído do processo de criação de seus produtos. Em SC, o grande número de designers formados beneficia a contratação de empresas que desenvolvam um projeto em específico, quando não há a possibilidade de contratar um profissional para integrar a equipe da indústria. Há também as chamadas contratações coletivas, em que várias indústrias pequenas fechem negócio com uma empresa de design, o que diminui investimento de cada proprietário.

— O design consegue despertar o desejo do consumidor pelo produto e fazê-lo criar uma necessidade por ele. As indústrias pequenas devem fazer uso do design para se destacarem sobre as demais e se diferenciar nos seus segmentos.

>>> Exemplos catarinenses

Imaginarium

Produtos: almofada de bolacha recheada; porta-retrato "Nós na Kombi"; almofada massageadora Relaxol.

Altenburg

Produto: conjunto Blend Elegance.

Eliane

Produtos: pisos Carbone Deluxe Petróleo, Diamond Concreto e Diamond Fluo.

Mormaii

Produtos: prancha Wing Swalow; Mormaii Athlon e Snapper.

Marithimu's

Produtos: especialidades do Marithimu's, patês Marithimu's e truta defumada Marithimu's.

Docol

Produtos: torneira para lavatório Stillo Black e chuveiro Lumina Green.

Oxford Porcelanas

Produtos: Shift Wisk e Moringa Glob.

Nugali

Produtos: Serra do Conduru; Dragée Morango; Fondue Chocolate ao Leite e Ovo Kobaltblau.

Whirlpool

Produtos: lavadora Ative! e purificador de Água Ative!

Intelbras

Produtos: controle remoto XAC 4000 Smart Control e telefone sênior sem fio TS63

Hering

Produto: Aposta da estação/tendência

Jader Almeida

Produtos: banco de apoio Bik, cadeira Easy e mesinha de apoio/Banco Mark.

Diário Catarinense