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Itapema FM  | 29/05/2013 08h01min

Fãs falam sobre a relação com a música "Faroeste Caboclo"

Filme inspirado em letra de Renato Russo tem pré-estreia nesta quarta-feira

— Desde que me conheço por gente, gosto de Legião Urbana — diz o professor de história e mestrando em sociologia política Eliton Felipe de Souza, que prefere ser chamado de Felipe.

Suas irmãs mais velhas ouviam a banda e a admiração musical se transpôs. Hoje, aos 25 anos, ele coleciona um acervo de materiais relacionados à banda e ao líder Renato Russo. São recortes de jornais, revistas com matérias sobre o ídolo, livros, CDs, DVDs, brindes que ganhou em uma promoção e até uma tatuagem, feita aos 17 anos, com o símbolo da banda.

Com o tempo, a intensidade da admiração diminuiu, mas ainda permanece. Após assistir ao filme "Somos Tão Jovens", que conta a história da carreira do músico, o professor demonstra descontentamento, diferentemente do longa "Faroeste Caboclo".

A expectativa para o lançamento de "Faroeste Caboclo" é positiva. Felipe acredita que a música possui um conteúdo sólido para a criação de um longa-metragem.

— Achei interessante porque é uma adaptação do texto da música para a criação de um roteiro — explica.

Ele defende que o conteúdo é sólido, diante de questões como tráfico de drogas e de um jovem que tenta ganhar a vida em outra cidade, realidade da época e que faz sentido nos dias atuais, segundo o professor.

Visão crítica estimulada pelo Legião

A influência musical dos pais se refletiu no repertório musical da vida do estudante de publicidade e propaganda, Eduardo Rodrigues de Souza. As letras fundamentadas em conteúdos críticos e sociais fisgaram o jovem, que recorda os dias em que ficava trancado no quarto ouvindo repetidamente "Faroeste Caboclo", para conseguir decorar a letra.

— Minha mãe dizia que eu ia arranhar o CD — brinca.

Em 2008, criou a banda Distrito Industrial, com alguns amigos, totalmente influenciada por Aborto Elétrico e Legião Urbana.

— Se eu tenho uma visão crítica, é por conta da Legião — revela Eduardo, que sempre esteve conectado com a música da banda.

A ligação é tamanha que neste ano, em parceria com um primo, também fã, criaram a página "Renato da Depressão" no Facebook (www.facebook.com/Renatodadepre), com imagens do Renato Russo ligadas às músicas e cotidiano, sempre em tons de humor, críticos e irônicos.

A ideia foi unir o útil ao agradável, de compartilhar algo que ele ouve todos os dias com algo que ele consegue fazer naturalmente, o humor. Quando soube que a música que ele treinou para decorar seria transformada em um filme, ficou contente, pois além de ser uma homenagem de respeito a Renato Russo, a história traz um retrato real do País.

— A música traz um personagem verdadeiro, de cada brasileiro que tenta fazer a vida dar certo, muda de cidade e que é influenciado a cada momento, porque o meio transforma o personagem, é uma crítica aos personagens reais. É daquelas músicas que você sempre achou que daria um filme — apontou.

Poesia e rock  x violência e desigualdade

Provavelmente a trilha sonora da  infância da analista financeira Ana Paula Machado foi diferente de muitas crianças que não tinham irmãos, primos ou tios fãs de rock. Legião Urbana entrou na sua vida aos oito, nove anos, época em que não poderia entender muitas das críticas presentes nas letras, mas que já faziam parte de sua vida. Não fosse seu tio ser um fã da banda, talvez ela demorasse um pouco para se tornar uma.

Acompanhada da irmã gêmea e da prima, hoje falecida, o trio ouvia a música da avó materna e faz parte da vida e da lembrança das irmãs até hoje, principalmente pela memória da prima, que ainda causa emoção.

Para Ana Paula, Legião Urbana é uma referência da indagação social e política, aliada a poesia e rock. Assim como Eduardo, Ana também conseguia imaginar um filme da música "Faroeste Caboclo".

— Sempre cantava e idealizava as imagens e só agora com 32 anos o filme saiu — aponta.

Ela está na maior expectativa para ir ao cinema para conferir a adaptação de uma música que marcou gerações.

— Me lembro de disputar com meus amigos quem sabia cantar a música inteira sem errar — brinca.

Para Ana, a música se tornou tão clássica por contar uma história parecida com a de tantos jovens brasileiros que buscam um sonho na cidade grande e se deparam com as dificuldades, desigualdade social e violência.

Carro-chefe da Legião

Hugo Hofmann, apresentador do programa "Mundo Rock" e "Estilo de Vida", na TV Babitonga, é DJ há 30 anos e iniciou na carreira como radialista em 1988, tendo contato direto com a música.

Ele recorda da época da efervescência do rock nacional, aponta que outras músicas da Legião Urbana, como "Será", "Geração Coca-Cola", "Índios e Pais e Filhos", por exemplo, tiveram influências mais atenuantes sobre os jovens em comparação a canção "Faroeste Caboclo". Principalmente por não possuir refrão e ser muito extensa para a época.

— No especial que fizemos da Legião Urbana essa música não tocou, mas com certeza era música que chamaríamos de ladpo B, aquela que você escuta sozinha ou com os amigos — pontua e revela que era uma música muito pedida na rádio.

Na opinião de Hugo, a canção de longíquas frases será sem dúvida que ele chama de carro chefe da Legião Urbana, seguida de Pais e Filhos, essa, que ganha em número de pedidos.

— O quarteto de ouro do rock nacional era composto por Titãs, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho, não só influenciou como ditou regras em quase todos os roqueiros que brotariam na sequência. E Legião continua fazendo isso, é a terceira maior vendagem no catálogo da EMI, com quase 200 mil cópias por ano — argumenta.

A NOTÍCIA
Rodrigo Philipps / Agencia RBS

Expectativa de felipe para o lançamento de "Faroeste Caboclo" é positiva
Foto:  Rodrigo Philipps  /  Agencia RBS


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