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Itapema FM  | 21/05/2013 07h32min

Carlos Schroeder lança livro com outros 19 escritores nesta terça em São Paulo

"Absolut 2140" é romance de ficção científica e terá quatro volumes

São Paulo, 21 de maio de 2140. Um grupo se reúne em sigilo no meio da noite para trocar informações confidenciais. Entre elas estão o ano de 2010, as obras da artista americana Anoka Faruqee e a localização do Equador. O encontro pode parecer, mas não é absurdo para os paulistas do romance "Absolut 2140": eles fazem parte dos 10% da população mundial que não vive em loops de memória, como peixinhos dourados, e precisam fingir que não guardam lembranças para se encaixar ao novo mundo.

É esta a realidade neste livro construído a pelo menos 200 mãos — entre elas, as duas do escritor catarinense Carlos Henrique Schroeder, o responsável por reunir os paulistas de 2140 durante a noite para conversar sobre arte. O projeto de "Absolut 2140", que será lançado em um evento na noite de hoje em São Paulo, começou no ano passado e também foi mantido em segredo por seus colaboradores.

Para criar o romance, que terá cerca de 800 páginas divididas em quatro volumes, foram chamados 20 escritores brasileiros. Além de Schroeder, também assinam a história os escritores Santiago Nazarian, André Czarnobai, Miguel Del Castillo, Antônio Xerxenesky, Emiliano Urbim, Ronaldo Bressane, Carol Bensimon, Ana Paula Maia, Simone Campos, André Conti, Luiz Bras, Braulio Tavares, Paulo Scott, André Sant'Anna, Leandro Sarmatz, Adriana Lunardi, Alexandre Rodrigues e Marcelino Freire. além de Joca Reiners Terron, que orquestrou essa multidão de mentes para que seguissem no mesmo caminho. A idealização do projeto foi do artista espanhol David Quiles Guilló a convite da vodca Absolut, que patrocina o projeto.

— Pegaram escritores que tem flerte com ficção científica, quadrinhos e outras linguagens. Todos trabalham além da palavra e já tinham diálogo com outras formas de escrita — avalia Schroeder, que também caminha no limite entre literatura, dramaturgia e fotografia, no que chama de trabalho "transgênero".

Para pensar na história desse futuro apocalíptico, havia regras como num jogo que os escritores deviam seguir — entre elas, cumprir o argumento de que na São Paulo dos anos 2140, após uma hecatombe tecnológica, as pessoas precisam reaprender a se comunicar à moda antiga, já que não há mais internet, telefones, televisão ou rádio.

— Todas as informações foram perdidas e as pessoas também perderam a memória, se apegando, de certa forma, a referências culturais — explica Schroeder.

Para pensar neste mundo e nas obras artísticas que viraram uma espécie de religião para a população que mantém sua memória, os escritores se basearam em mais de 80 artistas visuais internacionais. No caso do catarinense, foram trabalhados textos em diálogo com a artista Anoka Faruqee, o alemão Dennis Feddersen e a havaiana Chirsty Lee Rogers, além das bandas indie Grimes e Doldrums e DE/VISION e o músico Greg Haines. Os quatro volumes da obras serão lançados separadamente e não estarão à venda: eles serão distribuídos em museus, galerias e espaços culturais do Brasil.

Germano Rorato / Agencia RBS

O escritor catarinense foi um dos convidados a participar da produção coletiva do romance de 800 páginas sobre um futuro apocalíptico
Foto:  Germano Rorato  /  Agencia RBS


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