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Itapema FM  | 17/05/2013 14h41min

Drama familiar do diretor de "A Separação" é aclamado em Cannes

Com belas atuações, "Le Passé" mostra personagens vivendo os efeitos devastadores dos segredos e rancores

O iraniano Asghar Farhadi, que recebeu um Oscar por "A Separação", foi aplaudido nesta sexta-feira em Cannes com o seu filme mais novo, Le Passé (O passado), um drama familiar que comove a cada cena com atores brilhantes vivendo os efeitos devastadores dos segredos e rancores.

Bérénice Béjo, atriz de O Artista, interpreta para a poderosa câmera do cineasta iraniano uma mãe de família desgastada pelos acontecimentos, trazendo força e fragilidade a sua personagem.

Confrontado com o turbilhão que reina na casa no subúrbio de Paris, onde a maior parte do filme se passa, o ator iraniano Ali Mosaffa traz uma calma impressionante, aquela que antecede a tempestade.

Tahar Rahim, revelado em Cannes em 2009 no filme O Profeta, de Jacques Audiard, interpreta um homem confuso, que caiu "em areia movediça", explicou à AFP o ator.

– É como se o peso da vida grudasse os seus pés. Tudo o que precisa atravessar não é simples – acrescenta.

O filme, que estreia nesta sexta-feira na França, começa com a chegada em Paris, após quatro anos de separação, de Ahmad (Ali Mossafa) vindo de Teerã a pedido de Maria Bérénice Béjo) para cumprir as formalidades do divórcio.

Após sua chegada, ele descobre a relação conflituosa entre Maria e sua filha Lucie (Pauline Burlet), nascida de outra relação.

Há também um menino rebelde, mas cativante, Fouad (Elyes Aguis), filho de Samir (Tahar Rahim), o novo companheiro de Maria, de quem ela está esperando um filho.

Para piorar as coisas, Samir já é casado, mas sua esposa está em coma depois de uma tentativa de suicídio.

Ahmad, a voz sempre doce e calma, estabelece um diálogo com os personagens, como acontece com Fouad e Lucy.

Experiência universal

Seu trabalho de aproximação, no entanto, é dificultado pelo passado de cada personagem, e para avançar precisará fazer as pazes com ele.

– Podemos tentar nos livrar do passado, mas ele não nos deixa – explicou o diretor à imprensa. É algo que todo mundo reescreve, "de forma mais escura ou mais doce".

Na verdade, para ele, "o passado não é mais claro do que o futuro".

A jovem Pauline Burlet, que interpretou Edith Piaf criança em Piaf - Um Hino ao Amor, disse estar "feliz" por participar de "uma experiência única".

Os atores trabalharam duro antes das filmagens com o diretor para estabelecer ligações entre eles, fazer perguntas, descobrir onde o diretor queria ir, "como um coreógrafo", nas palavras de Bérénice Béjo. Tahar Rahim considerou que o trabalho foi "milimétrico".

– É verdade que quando saímos de um filme como O Artista, esperamos encontrar um diretor que nos leve para longe", declarou Béjo à AFP.

Quando Asghar me escolheu, tive a certeza que viveria uma experiência particularmente forte", acrescentou ela.

O Passado é o terceiro filme de Asghar Farhadi, formado em teatro e marcado pelo universo sufocante do norueguês Henrik Ibsen quando se trata de dramas familiares.

– A escolha da família como a base das minhas histórias vem da preocupação que eu tenho de me sentir muito perto de meus expectadores. Não há experiência mais universal do que a experiência da família", observou o diretor à imprensa depois de uma exibição altamente aclamada.

Quanto ao relacionamento do casal, "é o tema mais antigo na história da Humanidade. Assim, mesmo se eu passar o resto dos meus dias falando sobre esse assunto eu não vou falar tudo!" , disse ele.

AFP
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