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Itapema FM  | 15/05/2013 21h14min

Moradores de Florianópolis indicam o melhor e o pior em museus da cidade

Nos dias em que o país promove a 11ª Semana de Museus, buscamos respostas com três pessoas sobre a impopularidade dos museus entre brasileiros

Fernanda Oliveira  |  fernanda.oliveira@diario.com.br

Muita gente ainda torce o nariz diante de um convite para ir ao museu, esta instituição de origem milenar e ao mesmo tempo atual, tantas vezes associada ao inútil e ao ultrapassado — até a língua portuguesa reserva um vocabulário para esta conotação: o verbo musealizar significa transformar um objeto ou evento em peça de museu. Mas será que isso acontece porque o brasileiro não tem o hábito de ver nestes locais uma atividade cultural e de lazer ou eles não oferecem atrativos suficientes para despertar o interesse da população? Nos dias em que o país promove a 11ª Semana de Museus, três moradores da Capital visitaram os mais representativos da cidade e contaram suas impressões. Apesar das críticas e sugestões, o saldo é positivo: eles gostaram do que viram.

:: Confira uma galeria de fotos dos museus de Florianópolis


Museu Histórico de Santa Catarina
Por Kiara Victhor, Designer de Moda


Kiara não gostou de salas fechadas, como auditório e entrada pelo jardim

Localização
Está bem localizado, em uma área urbana próximo a lojas, restaurantes, ponto de táxi e em frente a uma praça arborizada.

Estrutura do local
A estrutura está bem preservada, com manutenção da limpeza, banheiros grandes e pintura conservada. Senti falta de sinalizações internas na entrada das salas. E, por conta da preservação da estrutura original, não há acesso adaptado a portadores de necessidades especiais.

Acervo
Na entrada, há uma sala dedicada ao poeta Cruz e Sousa. Atualmente o museu está com uma instalação belíssima sobre A Guerra do Contestado, com destaque para o incrível trabalho de maquetes na ilustração dos cenários da guerra. Mas faltam informações mais precisas sobre datas nas legendas e no folder. No piso superior, fiquei encantada com a riqueza dos detalhes. Imaginei as pessoas vivendo naquela época. Aliás, seria interessante se o museu dispusesse de trajes antigos para complementar o acervo permanente.

Guia e materiais de consulta
Não havia um guia nas salas de exposição, o que por um lado foi bom pois pude transitar no meu tempo. Na entrada principal e no piso superior, havia funcionários disponíveis para dar informações, além de folders sobre a exposição e livros de história à venda.

O melhor
A riqueza dos detalhes, texturas e desenhos da estrutura original.

O pior
Restrição de acesso às janelas (sacadas) e às salas que estavam fechadas, como auditório e a entrada pelo jardim. Na ocasião, o funcionário abriu a entrada do jardim para eu conhecer.

Agende-se
Palácio Cruz e Sousa - Praça XV de Novembro, 227, Centro.
Segunda a sexta, 10h às 18h; sábado e domingo, 10h às 16h.
Até este domingo, entrada gratuita. Após, R$ 5 e R$ 2 (estudante).
Informações: (48) 3028-8090.

Museu de Arte de Santa Catarina
Por Rodrigo Silva, Estudante e Produtor de Eventos


Para Rodrigo, pontos altos do museu são climatização, iluminação e banheiros

Localização
Boa, com fácil acesso.

Estrutura do local
Bem conservado, até porque passou por reforma recentemente. Os pontos altos são a climatização, iluminação e banheiros.

Acervo
Em torno de 1,8 mil peças no acervo, porém apenas oito expostas. Não tinha mais peças por causa da exposição temporária, que ocupa o maior espaço. Na entrada tem a história do Masc. O acervo é exposto periodicamente. Acredito que o museu deve passar por mudanças na parte de interatividade com os visitantes, utilizar tecnologias para mostrar as obras e o passado de uma forma mais moderna.

Guia e materiais de consulta
Não há guias, somente mediadores que atendem com horário marcado e para grupos. Como há curso de Museologia na UFSC, o museu poderia aproveitar os alunos para fazer este atendimento ao público.

O melhor
No dia em que visitei havia um grupo de detentos de um projeto de inserção visitando o museu. E outro ponto é a exposição da história do Masc, que mostra as dificuldades e os descasos que os museus passam na mão dos governos.

O pior
Além de não haver guarda- volumes, não há guias/mediadores para acompanhamento do público espontâneo.

Agende-se
Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica.
Terça a sábado, 10h às 20h30min; domingos e feriados, 10h às 19h30min.
Entrada gratuita.
Informações: (48) 3953-2319

Museu Victor Meirelles
Por Leonardo Dalla Costa, Cozinheiro

 
Leonardo destaca qualidade das pinturas como ponto positivo do museu

Localização
A região não é muito convidativa, mas acredito que não traga insegurança para os frequentadores do museu.

Estrutura do local
As áreas internas estão bem conservadas, com boa iluminação e ambiente climatizado. Mas, por estar localizado na antiga residência da família Meirelles, o prédio é do final do século 18 e a fachada não chama muito a atenção.

Acervo do museu
Na manhã em que fiz a visita estavam expostas apenas obras de Victor Meirelles. Duas pinturas me despertaram o interesse, uma delas, a Degolação de São João Batista, de 1855, traz uma técnica incrível de luz e sombra, assemelhando-se muito a uma fotografia. A outra tela foi Vista do Desterro, de 1851, onde é possível visualizar construções como a Catedral e o Mercado Público. No primeiro andar estava sendo instalada a exposição Palavras Fluidas, de Érica Kaministri.

Guia e materiais de consulta
Na manhã em que estive no museu havia apenas uma guia que atendia a uma jovem. Mas há bastante material para consulta, como panfletos com as datas do museu, histórico, material didático voltado a estudantes e todas as obras têm ficha técnica.

O melhor
Eu não conhecia as obras nem a história de Victor Meirelles e fiquei bastante surpreso com a qualidade das pinturas.

O pior
A localização do Museu Victor Meirelles, atrás da Praça XV. O prédio é bem antigo e para os desavisados pode passar despercebido. Falta divulgação.

Agende-se
Rua Victor Meirelles, 59, Centro.
Terça a sexta, 10h às 18h; sábado, 10h às 14h.
Entrada gratuita.
Informações: (48) 3222-0692.

Contraponto

O Museu Victor Meirelles e a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), que administra o Masc e o MHSC, responderam às questões apontadas:

Masc

Guias, mediadores e guarda-volumes
Os arte-educadores também fazem atendimento individualizado mediante agendamento. Há projetos de formação em parceria com a Udesc, mas o trabalho de voluntários e estagiários esbarra em questões burocráticas de criação de vínculo empregatício. A colocação de guarda-volumes está dentro do cronograma de reformas do Centro Integrado de Cultura (CIC).

Museu Histórico de Santa Catarina

Acesso restrito a alguns espaços
As janelas são abertas apenas em determinados momentos do dia, levando em conta a exposição do acervo à luz solar. As sacadas ficam fechadas pelo mesmo motivo, além da segurança dos visitantes. É possível acessar o jardim por dentro do museu ou pelo portão da Rua Tenente Silveira. O portão da Praça XV está temporariamente fechado, enquanto são feitas obras de reparo no telhado. Não é possível voltar ao palácio pelos jardins, por questão de segurança e para controle do fluxo e a correta orientação dos visitantes em relação às exposições da casa. O acesso ao auditório é liberado de acordo com a programação prevista.

Acesso para portadores de deficiência física
A FCC está estudando alternativas para todas as casas sob sua administração no que concerne à acessibilidade. No caso do MHSC, é preciso um cuidado maior, por ser um prédio tombado.

Sinalizações internas
A FCC, em parceria com o curso de graduação em Design da Univali, está realizando estudos para desenvolver a comunicação visual do espaço.

Museu Victor Meirelles

Divulgação e sinalização
Se falta divulgação, é porque a imprensa não publica, já que o material é encaminhado. Em relação à sinalização, o museu poderia estar melhor localizado na planta turística da cidade.

DIÁRIO CATARINENSE
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