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Itapema FM  | 14/05/2013 11h55min

Espectadores comentam os filmes do Festival Varilux de Cinema Francês

Os longas ficam em cartaz em Florianópolis, Blumenau e Tubarão até quinta-feira

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

O Festival Varilux de Cinema Francês 2013 vai até quinta-feira, e Santa Catarina recebe a programação nas cidades de Florianópolis, Blumenau e Tubarão. Confira as indicações do público que já compareceu aos cinemas para prestigiar o evento. Realizado em 40 cidades brasileiras e 66 salas, ano passado mais de 3 mil pessoas assistiram aos longas só na Capital.

Confira a reportagem sobre o Festival Varilux e assista aos trailers dos filmes

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O quê:
 Festival Varilux de Cinema Francês 2013 
Quando: de hoje ao dia 16, em Florianópolis 
Onde: Cinespaço Beiramar e Paradigma Cinearte (de hoje até 9 de maio) e Cinema do CIC (de 10 a 16 de maio) 
Quanto: valores não divulgados 
Programação completa: www.variluxcinefrances.com

RODRIGO DAL MOLIN, Publicitário e gestor cultural

"De alma lavada saí da sala de cinema na estreia do Festival Varilux, que ocorreu semana passada em Blumenau. E vários são os motivos. A ideia de que filmes franceses são lentos foi remodelada pelo refinado humor presente no 'Pedalando com Molière'. Um filme que trata da montagem de um espetáculo de Molière (O Misantropo), no qual um ator procura outro para participar.

O primeiro, famoso por um seriado televisivo, o outro vivendo como eremita numa pequena ilha que, aliás, rende bela fotografia à obra. Dois profissionais num novo projeto, até aí nada de novo, se não fossem os ácidos e bem-humorados diálogos que conduzem a trama.

A vaidade dos dois atores, a luta por ser o protagonista e, claro, uma paixão sutil e relâmpago que assola o duo: os dois pareciam ter conseguido domar seus egos, mas o final apresenta-nos um toque excêntrico, mostra-nos a raiva e a paixão que move a humanidade. Em nada fizeram falta os efeitos ou clichês do cine estadunidense. Uma bela opção para ampliar nosso repertório cultural. E vive la France!"

GABRIELA VAZ, Professora de Francês

"Assisti ao 'Renoir', que conta os últimos momentos, a última inspiração da vida do artista. Mostra a última modelo que posou para ele. É lindo visualmente, com paisagens do Sul da França. Para quem gosta de arte recomendo muito. Dos filmes do festival a que eu assisti, com certeza, é o melhor. Vi também 'O Homem que Ri', baseado no romance de mesmo nome de Victor Hugo.

Achei interessante, porque há várias obras do escritor que são muito conhecidas, como 'O Corcunda de Notre Dame' e 'Os Miseráveis', e essa não é tanto. Vale não só para conhecer a história, mas também porque o longa lembra um pouco os de Tim Burton. Ele tem um certo ar obscuro, e o roteiro é assim também, um pouco sombrio. É bem interessante.

Só não gostei do final - parece que o diretor se enrolou um pouco e aí, de repente, rapidinho, acabou. Mas o resto é muito bom, os atores são excelentes, Gérard Depardieu, como sempre, está ótimo".

GISELLA SARDA, Professora de Francês

"O filme a que mais quero assistir é 'Os Sabores do Palácio'. Gosto muito de gastronomia, e o longa mostra a culinária do Sul da França, que eu adoro. É baseado em uma história real de uma chef que foi convidada para trabalhar no Palácio do Eliseu. Só de ver o trailler já me deu água na boca. Tive a oportunidade de viajar um pouco pelo mundo e conhecer a gastronomia de alguns países, mas a francesa é ímpar. Com certeza, vou conferir.

Já vi o 'Adeus, Minha Rainha', um filme bonito e muito interessante. Assisti também ao 'Aconteceu em St. Tropez', superdivertido, emocionante, cativante. É daqueles filmes que passam rápido, quando você vê já acabou. Ele mostra as questões geradas pelas diferentes religiões de dois irmãos que foram criados juntos, mas tomaram rumos diferentes depois de adultos e, mesmo assim, conseguem conciliar isso dentro da família.

Achei interessante o fato de ele mostrar muito da cultura francesa, que é plural, colorida, cheia de facetas".

FABIANO MORAES - Jornalista

"Conheço muita gente boa que torce o nariz para o cinema europeu. Não se trata de papo-cabeça ou definição do que é arte - seja ela boa ou não. Mas é fato que assistir a um filme produzido por cineastas do Velho Mundo requer um mínimo de preparo e boa vontade. Esqueça as fórmulas e a égide norte-americana que ainda se apoia em roteiros no padrão "começo-meio-fim". Embora o trabalho de realizadores como o nova-iorquino Woody Allen seja uma ilha em meio à zona de conforto, não é o cinema feito em Hollywood que acostumará o público a aceitar outras opções.

Esse outro caminho é onde se posiciona 'Adeus, Minha Rainha' (Les Adieux à la Reine). Desconfortável para uns, deleite para outros, o drama dirigido por Benoît Jacquot faz um recorte do período histórico de julho de 1789, começo da Revolução Francesa, e mostra a vida no Palácio de Versalhes, ainda alheio à efervescência que traria desdobramentos definitivos a partir de Paris.

Com Diane Kruger e Léa Seydoux nos papéis principais, a trama é centrada na relação entre a jovem e bela serviçal Sidonie Laborde (Seydoux) e a Rainha Maria Antonieta (Kruger). A tensão sexual entre elas - que ganha veracidade sempre que Léa Seydoux e sua boca em formato de coração aparecem em close pronunciando "ma reine" ("minha rainha") - mais a hesitação das duas em acreditar na tomada da Bastilha dão eletricidade ao roteiro.

Conhecida do grande público por aparições nos filmes 'Bastardos Inglórios', de Quentin Tarantino, e 'Robin Hood', de Ridley Scott, Léa, 28 anos, tem uma interpretação segura e sem afetações. Já a Rainha de Diane Kruger aparece em uma atuação comedida, mas que ganha novos matizes a partir da segunda metade do filme.

Dirigido por um dos mais prolíficos autores da atual fase do cinema francês - Benoît Jacquot filmou 'A Escola da Carne', com Isabelle Huppert (1998), Adolphe, com Isabelle Adjani (2002), e o filme para TV 'Princesse Marie', com Catherine Deneuve (2004). Por meio das poucas concessões em relação à linearidade narrativa em seus trabalhos, fica clara a influência da Nouvelle Vague, movimento cultural do final dos anos 1950 que estabeleceu o conceito de cinema de autor, marcado pela ênfase nas cenas que focam o psicológico dos personagens".

DIÁRIO CATARINENSE
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