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Itapema FM  | 08/05/2013 08h02min

Aluna da Escola do Bolshoi de Joinville conquista vaga em academia da Rússia

Virgínia Mazoco foi selecionada para a Vaganova Academy Ballet, em São Petersburgo

Nesta semana, a capixaba Virginia Mazoco, 16 anos, observava fotos de uma festa em um site, sentada no apartamento em que vive, no Centro de Joinville. A adolescente as olhava com paixão: eram de um aniversário do outro lado do mundo, nos 275 anos da Vaganova Academy Ballet, que fica em São Petersburgo, na Rússia.

Em quatro meses, a pretensão da menina ambiciosa é estar entre os rostos jovens que via nas fotos e que compõem o corpo discente da escola de balé, a mais antiga da Rússia. Ela acaba de ser uma das selecionadas para integrar o programa de trainee da Vaganova Academy Ballet, que começa em agosto e tem duração de um ano.

Receber a mensagem de que foi aceita para uma escola de dança tradicional é sempre uma alegria. Virginia já a conhecia — ou pelo menos um pedacinho dela. Há quatro anos, ela foi uma das escolhidas pela seleção de inverno da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, e deixou o Espírito Santo para viver em Joinville.

Foi aqui que ela começou a aprender o método Vaganova, programa de estudos criado pela bailarina russa Agrippina Vaganova. Ex-estudante da Escola do Ballet Imperial de São Petersburgo, ela voltou para a academia como professora e acabou homenageada após a sua morte ao ter o lugar rebatizado com seu nome.

— Eu comecei a assistir a vídeos de bailarinos como o Kirov e o Baryshnikov e percebi que existia essa semelhança entre eles: todos os grandes bailarinos que eu idolatrava tinham passado pela Vaganova Academy Ballet — conta Virginia, que antes de estudar no Bolshoi era treinada pelo método cubano na escola Espaço da Dança, em Vila Velha.

Foram os pais dela — fotógrafos de dança que ainda vivem no Espírito Santo — que receberam a mensagem de que ela havia sido escolhida. Aliás, escolhida pela segunda vez, pois ela já havia passado na primeira tentativa, quando ainda tinha 14 anos e não podia participar do intercâmbio por causa da idade.

O mérito não é pequeno: pouco mais de 100 bailarinos entre os mais de 3 mil que se inscrevem todos os anos conseguem ser aceitos pela banca avaliadora. Virginia é uma das 15 estrangeiras a conseguir a vaga e a única brasileira da lista.

— Pelo que pesquisei, poucos brasileiros estudaram lá. O último a ser aceito faz pelo menos 15 anos — afirma.

Agora, para conseguir estar entre aqueles que enfrentarão o inverno russo em agosto, quando as aulas começam, Virginia começa a correr contra o tempo. Para mudar para São Petersburgo, ela precisa de um investimento de 15 mil dólares, valor que cobre os custos da estadia (em regime de internato na escola) e alimentação durante um ano.

— Já dei meu sim para a escola, mas preciso de um patrocínio. Caso não consiga, minha mãe diz que vai fazer o que precisar para que eu possa ir. Tenho muita sorte, porque meus pais estão ajudando muito — garante.

Diorgenes Pandini / Agencia RBS

Em busca do patrocínio, Virgínia planeja seu futuro em São Petersburgo durante um ano de aulas
Foto:  Diorgenes Pandini  /  Agencia RBS


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