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 | 03/05/2013 16h22min

Enric Blasco Gómez faz uma prévia do que vai apresentar na Expogestão, em Joinville

Fundador e presidente do IDP, da Espanha, palestra no dia 16 para abordar temas como inovação e competitividade

Em entrevista exclusiva para "A Notícia", o engenheiro industrial espanhol, fundador e presidente do IDP, Enric Blasco Gómez, conta alguns detalhes de como elaborou um projeto que transformou a cidade de Sabadell em um ícone de qualidade de vida.

Ele desenvolve a proposta de cidades inteligentes com o objetivo de fixar este modelo para o futuro e vai compartilhar suas experiências em um painel sobre inovação e competitividade, que será realizado em 16 de maio, na 11ª edição da Expogestão, no Centreventos Cau Hansen.

A Notícia - Como se imagina a cidade do futuro?

Enric Blasco Gómez - A cidade do futuro deverá evoluir para modelo Smart City, implementando infra-estrutura, redes e dispositivos inteligentes que geram dados online para gerir uma cidade que alcance os seguintes objetivos:

- Reduzir o gasto público destinado à gestão dos serviços municipais;

- Melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços;

- Aumentar a informação aos cidadãos com o objetivo de aumentar seus níveis de conhecimento sobre a cidade;

- Melhorar a transparência dos municípios com informações em tempo real;

- Promover a inovação, a plataforma ideal para incubar novas ideias e projetos empresariais;

- Incentivar a colaboração público-privada com um modelo operacional que suporte investimentos e geração de novos postos de trabalho;

- Contribuir para o desenvolvimento sustentável avançando a um futuro de baixas emissões de CO2.

Somente aquelas cidades que se antecipam para as necessidades futuras de seus habitantes ocupam as primeiras posições nos rankings das melhores cidades para se viver e têm um papel vital no desenvolvimento econômico global, o que significa uma maior qualidade de vida e oportunidades de desenvolvimento para cidadãos e empresas.

AN - O que temos a aprender com o modelo de cidade inteligente aplicado em Sabadell?

Enric - Sabadell destacou a necessidade de se tornar uma cidade inteligente e há mais de um ano, com a consultoria tecnológica do IDP, está trabalhando nessa linha com ótimos resultados, como uma poupança superior a R$ 6,5 milhões na gestão serviços públicos durante 2012 e um reconhecimento internacional, que tem como exemplo a distinção ao projeto de gestão urbana mais inteligente do mundo, concedido pela WeGo (Organização Mundial de Cidades e Governos Locais o World Wego Cidades e Governos Locais), em 13 de novembro de 2012.

Em Sabadell, temos atuado em todos os eixos da cidade através do uso intensivo da tecnologia da informação e comunicação (TIC). Em particular, temos segmentado a cidade em seis frentes de trabalho, com o desenvolvimento de inúmeros projetos.
Os eixos são:

- Ambiente (gestão de resíduos, ciclo da água, parâmetros ambientais);

- Mobilidade (gestão ativa do tráfego e dos transportes públicos, estacionamento e impulso ao uso de veículos elétricos);

- Eficiência energética (construções inteligentes e iluminação eficiente);

- Governo e cidadania (e-governo e e-participação, um governo com dados abertos);

- Competitividade (co-working, tele-trabalho, e-learning, e-commerce);

- Qualidade de vida (tele-assistência, tele-medicina, segurança pública e proteção civil).

AN - O senhor acredita que as cidades brasileiras podem seguir este modelo?

Enric - As cidades brasileiras tornaram-se pilares do crescimento econômico, do progresso social e da inovação do seu grande país e, assim, tornaram-se importantes pólos atrativos para a população (mais de 75% da população vive atualmente em cidades).

Se o Brasil quer continuar a ser uma economia próspera no mundo, não só na América Latin — que já é a maior em nível de PIB maior —, mas em todo o mundo, atualmente ocupando a sétima posição de acordo com o Fundo Monetário Internacional, suas cidades devem gerir de uma forma integrada os desafios e ameaças para garantir sua sustentabilidade, tanto na gestão da infra-estrutura crítica, como transporte, água, energia, comunicações, quanto na prestação de serviços a empresas e cidadãos.

AN - O senhor vai dar uma conferência voltada por executivos com um importante poder de decisão em seus locais de trabalho. Como estes executivos — e seus próprios negócios — podem ser parte de um projeto de cidade inteligente?

Enric - O conceito de Smart City constitui uma plataforma para inovação, favorecendo a incubação de novas empresas e idéias que buscam o desenvolvimento de novas tecnologias (biossensores, pontos de carga, veículos elétricos, etc.) e o impulso das tecnologias existentes.

Na prática, os municípios são os primeiros interessados na implantação de serviços de cidades inteligentes em razão de todos os benefícios que eles trazem, mas as capacidades tecnológicas e financeiras estão no lado das empresas.

E é por isso que o modelo permite e garante sustentabilidade na transformação de cidades inteligentes. É o modelo de parceria público-privada proporcionando um ambiente de benefícios mútuos a todos os agentes.

Por último, a parceria público-privada envolve a geração de atividade econômica, criação de empregos, desenvolvimento tecnológico. E, finalmente, o impulso da economia, tão necessário na atualidade.

Serviço

O quê: Expogestão 2013
Quando: 14 a 17 de maio
Onde: Centreventos Cau Hansen, em Joinville (SC)
Mais informações: 0800 735 5500
www.expogestao.com.br
www.facebook.com/ExpoGestao
www.twitter.com/ExpoGestao

 

A NOTÍCIA
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

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