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Itapema FM  | 01/05/2013 11h11min

Entrevista: Luiza Lins fala sobre o mapa da infância brasileira que a Mostra Infantil de Florianópolis leva às telas

Diretora do evento diz que esse ano a seleção foi mais rigorosa e que a qualidade dos filmes cresceu

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

 Confira aqui a primeira parte da reportagem

Vocês tiveram menos inscrições este ano?
Tivemos menos inscrições este ano porque não houve o edital Curta Criança em 2012, que é um exercício muito bacana. Estamos trabalhando junto ao Ministério da Cultura para que o edital volte a acontecer o mais breve possível e com regularidade. Houve mudanças no ministério e com isso o edital não aconteceu, mas esse tipo de edital não deveria estar sujeito à quem ocupa determinados cargos, deveria acontecer sempre.

Apesar de não termos tido o Curta Criança, tem produções independentes muito interessantes, o que é uma bela surpresa. A maior parte dos filmes vem de São Paulo, mas isso é de se esperar, lá é nosso grande polo produtor, mas Paraná e Rio Grande do Sul também apresentam uma regularidade na produção audiovisual.

E com isso o número de selecionados para a Mostra foi menor também?

Sim. Depois de 12 anos de mostra a gente acredita que pode ser mais exigente. É necessário explicar para o mercado e para as pessoas que fazem filmes o que é fazer um filme para crianças, que é bem diferente de fazer um que tenha crianças no elenco ou que trate do tema da infância. Um filme voltado para criança é voltado para o universo infantil, para que as crianças se identifiquem, entendam, sonhem com aquilo.

E como foi a seleção dos filmes?

Eu participei junto com a nossa coordenadora, a cineasta Milena Curi, que agora está morando na Irlanda. Nós trabalhamos via Skype com a Ana Lúcia Fernandes, que é a responsável pelo projeto escola da mostra. É bom porque temos diferentes olhares. A prioridade é a seleção de filmes produzidos para a faixa-etária de quatro a 12 anos, que é o nosso maior público. Além de selecionar pela qualidade técnica e conteúdo, a gente seleciona também em função da recepção que esse filme vai ter com as crianças e como a Ana está direto com elas, isso dá a ela um olhar bem diferenciado.

E vocês acompanham o desenvolvimento de diretores da área? 
Com certeza. Tem algumas pessoas que resolveram apostar na área infantil e tiveram retornos muito legais. O Christopher Faust, por exemplo, teve filmes muito interessantes na mostra, no ano passado ele apresentou Máquina de Sorvetes e a cada ano ele melhora.

Esse ano veio com Meu Amigo Virtual e ele é uma das pessoas que tem produzido muito para criança. O Evandro Scorsin, do Paraná, que está produzindo junto com o Guto Pasko, também é outro exemplo e trouxe esse ano o Garota Explosiva.

Quais os destaques da programação esse ano?

Tem filmes que nos deixaram super impressionados. Houve um aumento de filmes inscritos produzidos em Santa Catarina, então acredito que as pessoas estão percebendo que esse é um mercado viável e estamos conseguindo mexer com esse mercado que tem uma demanda muito grande para esse tipo de material.

São pessoas que estão produzindo com regularidade e qualidade incrível. Tem um filme chamado Quiriri, do Filipe Cargnin, que é uma animação belíssima, Energia Elétrica e Reciclagem, do Chicolam, tem um para crianças acima de 12 anos da Novelo chamado Promessa em Azul e Branco, uma coprodução com Pará. São filmes catarinenses de ótima qualidade técnica e conteúdo.

Do Rio temos Souvenir de Verão, um filme de uma catarinense que mora lá e fez esse filme como trabalho de conclusão de curso de Cinema na PUC e é um filme belo, delicado, poético, com muita qualidade técnica.

Fico muito feliz porque a seleção mostra a diversidade cultural brasileira, o que tem tudo a ver com o tema da mostra esse ano, que é A Infância Brasileira na Tela do Cinema. Temos participantes de todo o Sul do país e também da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, isso nos dá um mapa da infância brasileira muito interessante.

Fomos a primeira mostra do setor no Brasil e atualmente somos a mais importante por esse recorte anual da produção audiovisual infantil que fazemos.

Agende-se
O quê:
12ª Mostra Infantil de Cinema
Quando: de 28 de junho a 14 de julho, sessões às 10h, 14h, 16h, 18h (sessão jovens e adultos) programação ainda não-definida
Onde: Teatro Governador Pedro Ivo, Rod. SC 401, Km 5, n° 4600, Saco Grande - Florianópolis
Quanto: gratuito (durante a semana) e R$ 2 (fim de semana)
Informações: www.mostradecinemainfantil.com.br

DIÁRIO CATARINENSE
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