Notícias

Itapema FM  | 18/04/2013 16h10min

"Anna Karenina" estreia em Santa Catarina nesta sexta-feira

Keira Knightley e o cineasta Joe Wright aventuraram-se outra vez em uma transposição literária

ROGER LERINA  |  reportagem@diario.com.br

O amor de perdição de Anna Karenina é um dos maiores monumentos da literatura universal - e também um irresistível desafio para atrizes que sonham em encarnar a trágica heroína e diretores que ousam levar para a tela o romance de Liev Tolstói (1828 - 1910). A atriz Keira Knightley e o cineasta Joe Wright aventuraram-se outra vez juntos nessa nova transposição literária - e o resultado é um filme belo, passional e teatral.

A dupla repete pela terceira vez a parceria em adaptações cinematográficas de romances: Joe Wright dirigiu Keira Knightley antes em Orgulho & Preconceito (2005), de Jane Austen, e Desejo e Reparação (2007), de Ian McEwan. Para ajudá-lo a transformar em filme as mais de 800 páginas de Anna Karenina, o realizador inglês contou com a ajuda do roteirista e dramaturgo Tom Stoppard, oscarizado pelo roteiro de Shakespeare Apaixonado.

Na visão de ambos, a alta sociedade da Rússia imperial de 1874 descrita por Tolstói vive da impostura e da aparência - por isso, a Anna Karenina que estreia hoje na Capital é encenada em grande parte como se fosse uma peça, com os personagens deslocando-se não apenas pelo palco de um teatro velho e meio gasto, mas também pela plateia, coxias, corredores e bastidores do prédio.

O filme começa com a ida de Anna Arkadievna Karenina (Keira) a Moscou para acalmar a cunhada Dolly (Kelly Macdonald), ultrajada pelas infidelidades do marido, o burocrata Oblonsky (Matthew Macfadyen). Ao desembarcar do trem que a trouxe de São Petersburgo, Anna conhece o belo Conde Vronsky (Aaron Taylor-Johnson). É amor à primeira vista: casada com o severo e seco Karenin (Jude Law) e mãe de um garoto de oito anos, Anna encanta-se pelo sedutor oficial de olhos de poeta e bigodes elegantes.

Aos poucos, os encontros de Anna e Vronsky evoluem do flerte à corte, até que ambos enfim consumam a paixão - começando um relacionamento que logo se torna um escândalo nos salões da aristocracia.

Paralelamente à evolução do triângulo amoroso que coloca Anna diante de um impasse - renunciar a Vronsky e continuar vivendo sob o mesmo teto que Karenin e o filho ou juntar-se definitivamente ao amante e perder todos os privilégios -, a trama acompanha a tentativa de Levin (Domhnall Gleeson), jovem proprietário rural de coração puro, de conquistar a mão da adolescente Kitty (Alicia Vikander), irmã caçula de Anna que também está de olho em Vronsky.

O registro teatral lembra os musicais dirigidos por Baz Luhrmann como Moulin Rouge e pode causar estranheza no começo - logo, porém, o expediente mostra sua eficácia narrativa em Anna Karenina. O desenho de produção e os cenários são deslumbrantes, assim como o figurino de Jacqueline Durran - destacado com o Oscar deste ano.

Se sobra beleza e fogo, falta carisma para Keira Knightley na pele da protagonista. Jude Law está perfeito no papel do marido traído, criando um Karenin mais humano e compreensível do que o vilão insensível que comumente é apresentado na tela como o antagonista da desafortunada Anna.

DIÁRIO CATARINENSE
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.