No ano passado, Paul McCartney declarou que não acredita que Yoko Ono tenha causado ou influenciado o fim dos Beatles - para o músico, a culpa está mais no empresário Allen Klein, que substituiu Brian Epstein após sua morte, em 1967. Paul também disse que, na sua opinião, John Lennon jamais teria escrito clássicos como Imagine sem o apoio da mulher. Mas, apesar disso, o ex-Beatle admitiu que ele e os outros membros da banda desaprovavam a presença de Yoko no estúdio - e, no início, se irritavam com o relacionamento entre John e ela.

"Eu entendo agora que John estava bastante empolgado com a liberdade que seu relacionamento com Yoko trazia", disse Paul em entrevista à Q Magazine. Segundo ele, até ali o grupo havia sido tão unido a ponto de excluir a possibilidade de outras pessoas entrarem em suas vidas e suas rotinas. "Quando Yoko apareceu no estúdio pela primeira vez e sentou no meio de nós e ficou ali sem fazer nada, eu admito que nós ficamos todos irritados", contou. "Eu já falei com Yoko sobre isso, e agora ela entende que foi uma espécie de choque para nós. Eu acho que muitas coisas que aconteceram naquele tempo acabaram sendo boas para todos nós, no fim das contas. Mas é claro que na época nós não pensávamos assim."