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Itapema FM  | 11/04/2013 10h44min

Djavan: "Não pretendo parar nunca. A música é pra mim uma necessidade física"

O músico, que se apresenta em Florianópolis nos dias 18 e 19, conversou com a Itapema sobre a carreira, o novo álbum e a atual turnê

Marina Martini Lopes  |  marina.lopes@itapemafm.com.br

Parar de cantar ou compor não está nos planos de Djavan - e não estamos falando de seus planos para os próximos anos, e sim de seus planos para o resto da vida. Aos 64 anos de idade, e 37 anos depois do lançamento de seu primeiro disco, o alagoano afirma que essa aversão a uma possível aposentadoria se deve ao fato de que, para ele, música não é um trabalho: é, em suas próprias palavras, "uma necessidade física". Uma semana antes da chegada de Djavan a Florianópolis, para dois shows (nos dias 18 e 19 de abril, no Teatro do CIC), a Itapema FM conversou com o músico sobre o álbum Rua dos Amores e a atual turnê.

Itapema: Você é conhecido tanto como músico quanto compositor, mas passou quatro anos sem compor. Depois, na hora de escrever Rua dos Amores, conseguiu compor todas as músicas do disco em poucos meses. Como funciona isso? O que inspira você, o que faz com que você perceba que está na hora de sentar e escrever uma música nova?
Djavan: No meu caso, a inspiração vem da necessidade. Quando eu preciso compor, eu sento e componho. Quando eu fiz o disco Ária, que era um disco em que eu queria gravar só músicas de outros autores, eu tive que forçar uma barra pra ficar quatro anos sem compor - nunca tinha acontecido isso na minha vida. Eu achei que, quando eu voltasse a compor, seria muito difícil. Mas não, aconteceu naturalmente. Eu compus todas as músicas do disco em uns três meses, no máximo. Eu componho desde os meus dezoito, dezenove anos, e compus a vida inteira. Nunca imaginei que eu pudesse conseguir ficar quatro anos sem compor.

Itapema: Como tem sido a turnê, e a experiência de tocar novamente com uma banda com a qual você não tocava há 15 anos? O que o público de Florianópolis pode esperar do show?
Djavan: Com essa banda eu já tenho um código musical inteligível que funciona muito bem, desde a outra vez em que nós tocamos juntos. Agora nós passamos sete meses dentro do estúdio, gravando o Rua dos Amores, e estamos em turnê, então nossa relação musical é bem fluente. O repertório do show é composto por sete músicas do disco novo, e o resto são clássicos de todas as épocas, para os quais eu fiz arranjos novos. Este é um show que já foi testado em vários lugares, inclusive fora do Brasil, e está muito firme, muito gostoso de fazer. Tem sido um sucesso incrível em todos os lugares.

Itapema: Falando nisso, como você escolhe o repertório dos seus shows? Você tem muitas músicas para selecionar, e muitas que o público sempre espera ouvir. Tem alguma música que você considera meio "obrigatória"?
Djavan: Olha, tem algumas que acabam entrando sempre, porque tem músicas que são emblemáticas. Tem duas ou três que se fixam em quase todos os shows. Em relação às outras, eu vou fazendo um rodízio: o que é que eu não cantei no show passado e que pode entrar neste? São muitos clássicos, e claro que não dá pra ficar cantando todos eles a cada show, mas dá pra mesclar bem.

Itapema: Não cansa ter que cantar essas músicas sempre?
Djavan: Não, não cansa não. Porque cada noite é um público diferente, uma plateia distinta; e eu sempre faço arranjos novos, então dá pra renovar as músicas.

Itapema: O seu público é bastante diversificado: seus shows atraem gente de todas as idades, estilos, classes sociais. Por que você acha que isso acontece?
Djavan: Eu sempre tive um público muito heterogêneo, desde o início: pessoas idosas, jovens, adolescentes, crianças... Sempre foi assim, e até hoje isso se mantém. Eu acho que essa heterogeneidade advém do fato de a minha música ser diversificada. Você encontra todos os gêneros ali; tem letras com as quais você vai se identificar, outras com as quais outras pessoas vão se identificar... Ela tem uma gama de informações bem diversa, que acaba atraindo um público diverso também.

Itapema: E como é quando você se apresenta em outros países? Você nota diferença no público de um lugar para o público de outro?
Djavan: Eu poderia dizer que a língua dificulta um pouco ou coisa assim, mas... Nada disso. É como se eu estivesse sempre cantando em países que falam a língua portuguesa. As pessoas que vão aos shows me conhecem há muito tempo, e cantam as músicas, mesmo sem saber exatamente o que estão dizendo. É como muita gente canta em inglês aqui no Brasil, né? Isso ocorre no Japão, na Europa, nos Estados Unidos... Os shows são sempre muito quentes, muito movimentados; são inesquecíveis. Eu acabei de passar por Argentina e Chile, e poxa, parecia que eu estava em Salvador, ou no Rio de Janeiro.

Itapema: Esta turnê vai até novembro. Você já tem planos para depois?
Djavan: Olha, eu espero conseguir chegar até lá. (risos) Esta turnê é muito cansativa, eu já estou desde novembro do ano passado na estrada, fazendo mais de oito shows por mês. Mas a ideia é ir até novembro, sim. E é provável que eu encare um outro projeto assim que terminar esta turnê. Eu ainda não sei bem no quê, mas tenho em mente que vou continuar trabalhando. (risos)

Itapema: Aposentadoria, então, nem pensar.
Djavan: Não, de jeito nenhum. A música é pra mim uma necessidade física. Eu até acho que poderia parar de cantar, mas não de compor. Eu preciso, periodicamente, trazer novas palavras, novas harmonias, novas melodias... Portanto, eu não pretendo parar nunca.


Serviço
Djavan e banda no show "Rua dos Amores"
Quando: Dias 18 e 19 de abril, quinta e sexta-feira, às 21h
Onde: Teatro Ademir Rosa, no CIC, em Florianópolis
Ingressos: Inteira = R$ 240,00
                  Clube do Assinante DC = R$ 200,00
                  Meia = R$
Pontos de venda: Bilheterias do CIC e do Teatro Governador Pedro Ivo; quiosque Blueticket no Shopping Beiramar; site www.blueticket.com.br
Informações: (48) 3222-9292 / (48) 4062-0065

ITAPEMA FM
Tomas Rangel / 

Djavan segue até novembro com a turnê do álbum 'Rua dos Amores'
Foto:  Tomas Rangel


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