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Itapema FM  | 10/04/2013 05h31min

Alunos do Bolshoi vivenciam intercâmbio cultural em Joinville

O professor e pesquisador de cultura nordestina, Artur Garcez, ficará em Joinville até sexta-feira ensinando coreografias

Xaxado, araruna, afoxé, frevo, coco zambê e maracatu são palavras que, desde o início de abril, foram aguçadas no vocabulário de alunos da Escola do Teatro do Bolshoi no Brasil. Da cabeça à ponta dos pés, estudantes de diferentes séries estão aprendendo coregrafias e contextos culturais nordestinos, com a presença do professor e pesquisador da área, Artur Garcez.

Artur é uma biblioteca da cultura popular humana. Ele desistiu de cursar farmácia e formou-se em arte com habilitação em artes plásticas pela UFRN, pós graduado em dança e membro da comissão Norte-riograndense de Folclore e é fundador e professor na escolinha de dança popular no Colégio Marista de Natal (RN), onde tudo começou. Além disso, é um pesquisador de danças folclóricas.

A cada palavra, um termo diferente, e a cada termo, uma – ou várias – explicações novas, da origem ao contexto cultural popular. Ele foi convidado pela ETBB para dar aulas de dança popular aos alunos, resgatando a raiz e o eixo da cultura nordestina e do Rio Grande do Norte. No método de ensino, a sala de dança é o centro do aprendizado teórico aliado à técnica, usando instrumentos musicais, histórias e contextualizações.

Ao todo, Artur montou um conjunto de 11 coreografias, que fazem parte das nove que serão apresentadas pelos alunos, nesta sexta-feira, no evento "Sexta com Arte", organizado pelo Bolshoi e que continuarão sendo utilizadas dentro da escola. Uma característica do método de ensino do professor é não dar nomenclatura para as coreografias. Segundo ele, existe uma responsabilidade muito grande ao representar as culturas de acordo com a forma de apresentá-las.

Outro argumento defendido pelo professor é a busca do conhecimento que vai além dos livros. Ele é maranhense, mas morou por 15 anos no Pará, convivendo com diversas tradições folclóricas e populares. O professor defende que a preocupação em documentar elementos folclóricos e culturais pode ser um erro, quando o pesquisador não as conhece de fato. O ensinamento teórico é passado adiante, muitas vezes de maneira equivocada, defende. Por isso, sua técnica é baseada no contexto histórico-cultural.

— A curiosidade completa a dança.

Além das linhas que limitam o nordeste do sul, Artur precisou também ultrapassar o limite da tradição técnica. Enquanto os alunos do Bolshoi estão adaptados à rigidez exigida pela dança clássica, o professor realizou o trabalho de desconstrução da técnica, para que ousassem nos gestos, passos e coreografias características da cultura popular do nordeste. De acordo com a idade dos bailarinos, Artur utilizou uma técnica diferente, para proporcionar uma entrega maior ao estilo.

— Eles precisam saber diferenciar o clássico, o contemporâneo e as danças populares —, afirmou. Por isso, ele brinca, afirmando que o início das aulas foi uma espécie de exorcismo da dança.

— Vou sair daqui muito feliz com o resultado —, revelou.

A NOTÍCIA
Leo Munhoz / Agencia RBS

Artur Garcez, professor de danças populares e estudioso do folclore nordestino e do Rio Grande do Norte. Foi convidado para dar aulas no Bolshoi, de 1º a 12 de abril
Foto:  Leo Munhoz  /  Agencia RBS


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