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Itapema FM  | 09/04/2013 12h04min

"Ela não tinha um átomo de humanidade", escreve Morrissey sobre Margaret Thatcher

Ex-líder dos Smiths, músico britânico declarou que a ex-primeira-ministra britânica, que morreu nesta segunda-feira, "odiava as artes e odiava os pobres"

Ferrenho crítico do governo britânico, Morrissey escreveu uma carta aberta sobre a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que morreu nesta segunda-feira (8). No texto, publicado no site Daily Beast, o ex-líder dos Smiths chama a Dama de Ferro de selvagem e diz que ela "não tinha um átomo de humanidade".

— Ela odiava as artes, ela odiava os britânicos pobres e nunca fez algo para ajudá-los — disparou.

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Desafeto declarado de Thatcher, o músico inclusive já escreveu uma canção chamada Margaret on the Guillotine (em português, Margaret na guilhotina), que integrou seu primeiro disco solo, de 1988.


Veja a íntegra da carta:

Thatcher é lembrada como a Dama de Ferro só porque ela possuía apenas traços negativos, como uma teimosia persistente e a determinação em se recusar a ouvir os outros.

Todas as ações dela eram carregadas de negatividade; ela destruiu a indústria de manufatura britânica; ela odiava os mineiros, ela odiava as artes, ela odiava os que lutaram pela independência da Irlanda e permitia que morressem, ela odiava os britânicos pobres e nunca fez algo para ajudá-los, ela odiava o Greenpeace e protecionistas ambientais, ela foi a única política europeia que se opôs ao banimento do comércio de marfim, ela não tinha inteligência ou fervor e até o próprio Gabinete a expulsou. Ela deu a ordem para explodir o General Belgrano, mesmo que ele estivesse fora da zona de exclusão das Malvinas – e estava navegando para LONGE das ilhas! Enquanto jovens argentinos a bordo do Belgrano sofriam uma morte injusta e terrível, Thatcher fazia um sinal com o polegar para cima para a imprensa britânica.

Ferro? Não. Selvagem? Sim. Ela odiou as feministas mesmo quando foi graças ao progresso do movimento feminino que os Britânicos tenham aceitado uma Primeira-Ministra que fosse mulher. Graças a Thatcher, nunca mais haverá uma mulher de poder na política britânica e, ao invés de abrir esta porta para outras mulheres, ela a fechou.

Thatcher sempre será lembrada com carinho por sentimentalistas que não sofreram sob a liderança dela, mas a maioria das classes operárias do Reino Unido já a esqueceram, e o povo argentino celebra a morte dela. Para que fique registrado, Thatcher era um terror sem um átomo de humanidade.

MORRISSEY.

SEGUNDO CADERNO
Divulgação / Divulgação

Margaret Thatcher morreu nesta segunda-feira, aos 87 anos
Foto:  Divulgação  /  Divulgação


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