Neste ano, a Feira do Livro de Joinville pretende expandir os horizontes e se tornar um evento nacional. O número de pessoas que leem no País vai de encontro a esse crescimento do evento joinvilense e, para discutir a atual realidade da leitura no Brasil, a escritora e pesquisadora Maria Antonieta Antunes Cunha será uma das palestrantes da feira, que ocorre entre os dias 3 e 14 de abril.

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Uma pesquisa do ano passado encomendada pela Fundação Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência, mostrou que os brasileiros estão trocando a leitura por outras atividades como assistir televisão e navegar na internet por diversão. Os dados revelaram que o número de leitores no País caiu de 95,6 milhões, de 2007, para 88,2 milhões, em 2011, o que representa uma queda de 9,1%.

A palestra de Maria Antonieta, "Retratos da leitura no Brasil", ocorre no dia 4 de abril e vai abordar essa falta de interesse do brasileiro pela leitura de livros, jornais, revistas e até mesmo na internet.

— É uma questão econômica, mas sobretudo cultural. A leitura não entrou na vida do brasileiro como uma necessidade ou uma experiência tão importante para se cumprir plenamente a nossa condição humana —, defende.

— A leitura não é um valor, coisa que buscamos porque nos alimenta, ajuda a viver, ir mais longe, ou outra razão fundamental para cada um.

A pesquisadora, que foi secretária-executiva do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL), do Ministério da Cultura, e atualmente é diretora do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Fundação Biblioteca Nacional, acredita que para o quadro se reverter é necessário um forte investimento na ampliação da rede de boas bibliotecas, nos programas de formação de mediadores da leitura e em estudos que ajudem a levar a literatura para todo o País.

As feiras do livro também são vistas com bons olhos por ela, que acredita no evento como uma aproximação do leitor e do escritor.

— Uma feira com uma programação cultural atrelada pode fazer a diferença numa cidade. Os governos municipais e estaduais e as empresas têm de considerar que este é um investimento de retorno garantido, se não em cifrões, em cidadãos mais abertos, participativos e sábios —, explica.