| 22/03/2013 17h01min
Karina Buhr vem de longe - Longe de Onde, diz o nome do disco lançado em 2011 - para seu show de estreia em Florianópolis. Em Recife, onde cresceu, a compositora fincou a maior parte de suas raízes musicais.
Associou-se ao beat do mangue, fez parte da Eddie, trabalhou com a Mundo Livre S/A e integrou a banda Comadre Fulozinha por mais de uma década até lançar seu primeiro trabalho solo, em 2010. O disco logo caiu no gosto do público, assim como a cantora. Em entrevista ao DC, por e-mail, Karina relativiza o sucesso e diz que fugir do óbvio não faz parte de suas preocupações.
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Karina Buhr — É minha primeira vez na vida em Floripa. Demorou, mas um dia veio a oportunidade de ir e, melhor ainda, tocando. Fiquei muito feliz com esse convite.
Temos visto, aqui em Santa Catarina, vários shows de artistas pernambucanos como Otto, Mundo livre S/A e agora você, que cresceu no Recife. O que acha que permite que bons músicos de lá possam chegar ao país todo, sem que fiquem limitados a um contexto de música regional?
Karina — Na verdade, acho que o conceito de "Brasil todo" é meio divergente. Às vezes, Rio e São Paulo são tidos como "o Brasil todo". Eu nunca fui a Santa Catarina, por exemplo, nem com esse trabalho, nem com nenhum outro. Toco desde 1992 e, em 2013, é a primeira vez. Depois que fui morar em São Paulo, é dificílimo tocar em Recife. Tento bastante e só consigo uma vez por ano, no Carnaval. O conceito de "regional" também é confuso. Tudo é do Brasil, Recife está no Brasil, não é uma sala onde se dança uma música só, tá no mundo, tem internet, todo tipo de música, violência e engarrafamento. Tem espaço pra todo mundo, com muitos obstáculos no caminho e alguns conseguem uma divulgação maior que outros, por vários motivos. Não existe regra nem caminho tranquilo pra ninguém.
Há algo na sua música que parece buscar a contradição, mais que a solução. Isso fica explícito, por exemplo, em Cara Palavra, em que a sutileza dos significados vira uma espécie de grito. Fugir do óbvio é uma preocupação na hora de compor?
Karina — Eu teria que buscar uma solução? Não busco nem contradição, nem solução, só escrevo, canto, toco as coisas que sinto. Não tenho preocupação com nada na hora de compor, nem com fugir do óbvio. Não faço música pensando em agradar. Depois de pronto, fico feliz se agradar, mas não agradar também é importante. Não acho que ter preocupação com alguma coisa faça necessariamente você ser outra, ou fazer outra. Se você for uma pessoa óbvia, não vai adiantar querer fugir. Se você e o que você sente não forem óbvios, isso naturalmente vai aparecer. Não acho que isso seja algo que se consiga esconder.
Visualmente, seria outro show se você entrasse no palco de cara lavada, vestindo calça jeans e uma camiseta branca. Você pensa a relação do figurino e da maquiagem com a experiência que envolve a sua música?
Karina — Eu me visto e faço a maquiagem de um jeito que gosto e naturalmente tem a ver com o show. Fui vestindo roupas diferentes a cada show e me maquiando de maneiras diferentes também, de acordo com o que foi acontecendo comigo no palco. Fazem parte da mesma coisa e não é fixo, posso ter vontade de tocar de calça jeans e camiseta esse mesmo show. Se isso acontecer, vou fazer.
Agende-se
O quê: Show de Karina Buhr
Quando: sábado, 23 de março, às 20h30min
Onde: Praça Bento Silvério, no Centrinho da Lagoa da Conceição, em Florianópolis
Quanto: gratuito. O show integra a programação da Maratona Cultural
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