A música erudita, a MPB e outros gêneros vão ganhar forma e som ao movimento da batuta da maestrina Fabrícia Piva. Ela é a regente da Orquestra de Espetáculos de Joinville, que fará duas apresentações gratuitas na cidade em março. A primeira ocorre no próximo dia 6, às 20 horas, no Teatro Juarez Machado, e faz parte da programação de aniversário do município.

Serão 35 músicos responsáveis por apresentar um repertório eclético, que vai do jazz ao rock. Os ingressos podem ser retirados na Doce Beijo Chocolataria. A segunda apresentação ocorre no dia 28, às 18 horas, no Shopping Mueller.

As apresentações fazem parte do Projeto Pode Aplaudir, a Música é para Você, produzido por Fabrícia e contemplado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec).

— Uma cidade que tem uma orquestra se torna também uma cidade diferente. Em Santa Catarina, nós não temos nenhuma mantida por um município. A realização desse projeto será um grande ganho — defende.

Ela e os músicos ensaiaram durante um mês para preparar um repertório diferenciado, que mescla vários gêneros musicais em uma única apresentação.

A orquestra começa com músicas eruditas, sendo composições de Mozart, Johann Bach e Villa-Lobos. Durante a apresentação, eles passam pelo jazz e entram no ritmo brasileiro com o baião e o samba. Ainda tocam o rock da banda norte-americana Toto, um tango e encerram com o “Hino de Joinville”. Para realizar todo o repertório, a orquestra conta com a participação de quatro solistas convidados – Rafaela Antonioli, Orimar Hess, Paulão Victório e José Mello. Os arranjos são de Jacson Araujo e da maestrina Fabrícia Piva.

Sem uma formação tradicional, o repertório da orquestra comporta tantos gêneros musicais em razão da atual composição.

— Não é só clássico, porque eu queria uma formação timbrística que me possibilitasse ampliar o repertório. Joinville não tem um desenvolvimento musical de formação de plateia para música erudita — justifica Fabrícia.

A Orquestra de Espetáculos nasceu com a extinção da Orquestra da Sociesc, em 2010. Fabrícia mantém o grupo com o apoio de empresa privada e leis de incentivo. Atualmente, 90% dos músicos são da cidade, mas todos os anos a formação sofre mudanças.

— Não existe um teste para participar. Eles me procuram e eu vejo a habilidade técnica de cada um — conta.

A maestrina acumula em seu currículo a participação nas orquestras de Santa Catarina e do Paraná, é professora da Escola de Música Villa-Lobos, além de se dedicar à pesquisa e à criação de projetos relacionados à música. No início deste ano, ela foi convidada para assumir o projeto da nova Orquestra Cidade de Joinville.

O projeto ainda se encontra na etapa de criação de edital e análise jurídica. No entanto, Fabrícia acredita que a orquestra pública estará em atividade ainda no primeiro semestre deste ano.