Entre os indicados ao Oscar de melhor ator, estão duas surpresas (Bradley Cooper e Hugh Jackman, ambos concorrendo pela primeira vez), um veterano (Denzel Washington, vencedor por Tempo de Glória e Dia de Treinamento) e os responsáveis por duas performances monstruosas. Daniel Day-Lewis e Joaquin Phoenix, dois dos maiores nomes de suas respectivas gerações, alcançaram em 2012 um dos pontos mais altos de suas carreiras. Vencedor de todos os prêmios prévios até aqui, Day-Lewis desponta como favorito por sua composição de Lincoln no filme de Spielberg, enquanto Phoenix (de O Mestre), num registro não naturalista, capaz de deixar o público desconfortável, tamanha sua intensidade em cena, surge como azarão. Pode ganhar, mas não deixará de ser uma surpresa.

Daniel Day-Lewis

A profundidade que o ator britânico (natural de Londres) dá à figura do mais mítico presidente dos EUA em Lincoln é impressionante, mas não surpreendente, em se tratando deste que é um dos grandes intérpretes do cinema. Aos 55 anos, Day-Lewis acumula cinco indicações e duas estatuetas conquistadas (por Meu Pé Esquerdo e Sangue Negro). Fez diversas exigências, entre elas a possibilidade de se preparar durante um ano (e foi sempre atendido), para liderar o elenco do filme de Steven Spielberg. Faz parte de seu método: com apenas um papel a cada dois ou três anos (foram meros cinco longas desde 2000, e apenas 19 em toda a carreira, que começou na década de 1970), Day-Lewis é detalhista como raríssimos colegas de profissão. O resultado são, invariavelmente, atuações inesquecíveis.

Joaquin Phoenix

Nascido em Porto Rico, filho de um casal de missionários religiosos (é irmão dos também atores Rain e River Phoenix), passou a infância viajando com os pais. Ainda criança, no entanto, Joaquin Phoenix já podia ser visto em séries de TV. No cinema, a carreira engrenou em 2000, com Gladiador. Depois da aclamação, que veio com Johnny & June (2005), Os Donos da Noite (2007) e Amantes (2008), Phoenix disse ter largado a carreira de ator para virar rapper, mudança que foi documentada no longa I'm Still Here (2010) e que, posteriormente, se revelaria apenas uma pegadinha. Sua terceira indicação ao Oscar, aos 38 anos, mostra que a Academia de Hollywood não está boicotando seus trabalhos, como se especulou após a sua não inclusão entre os indicados ao SAG Awards, o prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA.

Os outros três indicados