Itapema FM | 18/01/2013 17h15min
Mundo Livre S/A volta a Florianópolis para um show aberto neste sábado, a partir das 17h, na praia do Campeche, no Riozinho. O evento faz parte das atrações do Floripa Tem. Em entrevista concedida por telefone, o vocalista da banda, Fred04, falou ao DC sobre sua ligação com a Ilha. Com 28 anos de história, o grupo foi um das fundadores do movimento de contracultura manguebeat, que propõe que ritmos regionais do Recife, como o maracatu, incorporem rock, hip hop, funk e música eletrônica.
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Vocês estão sempre em Florianópolis. Como é tocar por aqui?
Fred04 - A gente tem uma frequência bacana de show aí em Floripa, já tocamos muitas vezes na Lagoa, no John Bull, e naquele espaço na Joaquina, o Green Park. Há exatamente um ano fizemos nosso último show aí e foi o mais memorável de 2012. O show foi no mesmo modelo do que faremos agora no sábado: na beira da praia, com a galera muito próxima do palco.
Foi como voltar às nossas raízes. Como se a gente estivesse na praia com a galera tirando uma onda, fazendo um som como a gente fazia quando era uma banda de garagem. Somos uma banda que se formou na praia de Candeias, na região metropolitana de Recife, e tocamos juntos por 10 anos antes de gravar nosso primeiro CD. Temos uma relação muito forte não só com o surfe mas também com a cultura da praia, que era uma das nossas únicas opções de lazer. Desde os primeiros discos até o último, a praia é um tema frequente nas nossas músicas.
Você acompanha a carreira do Otto e da Karina Buhr, que são como uma segunda geração do movimento manguebeat?
Fred - Otto começou com a gente, ele sempre está vindo aqui para o Recife divulgar lançamentos e a gente acompanha. Participei do primeiro álbum dele, fiz até texto para jornal divulgando o disco, temos uma relação muito legal. Karina já é uma segunda geração mesmo, ela teve um dos discos mais celebrados do ano passado e fez participação em um show nosso no Sesc Pompeia - se não me engano, tem até o vídeo no Youtube. É uma rede informal. Nós encontramos também o China, do Mombojó, outro dia, e tocamos juntos. É uma cena meio dispersa, cada um mora em um lugar, uns no Rio, outros em São Paulo ou Recife, mas estamos sempre nos cruzando.
O Samuel Rosa uma vez declarou que, se pudesse ter feito qualquer álbum, escolheria o Clube da Esquina, do Milton Nascimento. E você, tem algum álbum que você gostaria de ter feito?
Fred - Ah, tem muitos. Até por esse lance do clima de praia, um CD que eu acho muito legal é o Tom Tom Club, feito por uma galera do Talking Heads que estava de férias na Jamaica, Caribe, e conheceu um grupo de músicos caribenhos - que entraram em estúdio com eles e gravaram um dos discos mais luminosos que existem. Gosto muito do London Calling, do The Clash.
Aí do Sul tem o primeiro disco do Defalla, Papaparty, que foi referência não só minha mas para muita gente do Recife. É uma galera fundamental da cena gaúcha dos anos 1980 e tem uma energia muito legal.
Quando eu tinha uns 12 anos de idade assisti um show do primeiro disco dos Secos & Molhados, em 1973, que foi revolucionário na minha formação também.
Outro dia redescobri por acaso num bar que tinha uma dessas radiolas de ficha (jukebox) o Alucinação, do Belchior, e aí me caiu a ficha do quanto ele foi seminal e formador para mim. Tenho até pensado numa forma de resgatar essa música e o disco, seja num CD ou em show.
Tenho dificuldade de escolher um. Não posso esquecer também Raul Seixas e Jorge Ben, Tábua de Esmeraldas era uma bíblia.
Agende-se:
O quê: Mundo Live S/A
Quando: sábado, 19 de janeiro, às 17h
Onde: Arena Point Riozinho (Av. Campeche 300, no Campeche)
"Desde os primeiros discos até o último, a praia é um tema frequente nas nossas músicas", disse Fred04
Foto:
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