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Itapema FM  | 19/01/2013 07h01min

Audrey Hepburn é inspiração para editorial de moda em Joinville

A beleza e o estilo atemporal da atriz a transformaram em ícone fashion e símbolo de elegância. Neste dia 20, faz duas décadas que a Bonequinha de Luxo morreu

Cláudia Morriesen  |  claudia.morriesen@an.com.br

Ela desce do táxi, para em frente à vitrine de uma joalheria e tira um doce e um copo de café de  um pacote de papel. Vestida de preto, com óculos escuros e pérolas, parece uma daquelas moças que acabaram de sair de um baile ou uma sessão de fotos.

Ninguém sabe que ela estava num daqueles dias em que "se sentia red" e, não, ela não estava confundindo com "se sentir blue", que para os americanos é igual a estar deprimido. "Sentir-se blue" é quando você acha que está acima do peso ou está chovendo há muito tempo. "Sentir-se red" é aqueles dias horríveis e, por isso, a moça de óculos escuros ia para a frente da Tiffany's com sua melhor roupa, olhava a vitrine da maior loja de joias do mundo e lá se sentia feliz.

A cena é a abertura do filme "Bonequinha de Luxo" e a moça em questão é Audrey Hepburn. Ela, obviamente, interpretava uma personagem, Holly Golightly, mas esse detalhe parece esquecido pelas décadas que imortalizaram a imagem longilínea com o tubinho preto, luvas até os cotovelos e penteado impecável e transformaram a estrela de cinema em ícone de moda.

— A imagem de Holly foi tão bem construída, que remete imediatamente a uma mulher elegante, com requintes luxuosos, que encanta por sua beleza e ousadia. Sua imagem é tão icônica, que é capaz de ser reconhecida apenas pela silhueta —, analisa a estilista joinvilense Carolina Luz.

Há exatos 20 anos de sua morte, Audrey Hepburn continua sendo referência para a moda, inspirando as tendências e fazendo suspirar as fashionistas. E isto não se deve apenas à personagem de seu filme mais famoso: a atriz transformou o guarda-roupa de inimigo em aliado e, com isso, criou um novo padrão de beleza que é difundido ainda hoje.

Até os anos 1950, o ideal feminino eram as moças com curvas como Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, e as magrinhas amargavam no limbo das sem graça, sem direito aos decotes e aos vestidos justos.

— A moda é reflexo da sociedade, assim vive em constante mudança e movimento. Audrey chega com uma nova proposta de silhueta na época, mais esguia que as outras estrelas de cinema. Essa mudança é uma novidade e, como tal, chama a atenção e ganha espaço —, lembra Carolina.

Mas não foi só isso: a estrela de cinema também libertaria as mulheres dos corpetes e saltos agulha, já que no dia a dia ela desfilava com sapatilhas, camisa branca, calça cigarrete e o já famoso pretinho básico – não só o vestido, mas o conjunto calça comprida e blusa que não deixa ninguém errar. A lista faz parte do que Carolina acredita terem sido itens indispensáveis no guarda-roupa de Audrey.

— Muitos acreditam que Audrey faz o estilo clássico, mas, na verdade, o estilo dela é contemporâneo, priorizava a elegância e o conforto, itens que a mulher de hoje busca no dia a dia —, afirma.

Bailarina de guerra
Audrey nasceu em 1929, filha do segundo casamento de uma baronesa e um corretor de seguros. Ela viveu a Segunda Guerra Mundial em plena adolescência: seu tio foi assassinado pelos nazistas, o meio-irmão foi preso em um campo de trabalhos forçados na Alemanha e alguns colegas da escola desapareciam de um dia para o outro, levados para os campos de concentração.

Ela sofreu de anemia e desnutrição, porque não havia alimentos durante a ocupação nazista, e esteve bem perto da morte. Mesmo assim, depois que se recuperou, aos 15 anos, ela se voluntariou para trabalhar em um hospital e fazia apresentações de dança ao lado das amigas da escola de balé para arrecadar dinheiro para o exército da resistência.

A atriz envergonhada
Vinda do cinema e do teatro britânico, Audrey recebeu um Oscar de melhor atriz já pelo seu primeiro filme nos Estados Unidos, "A Princesa e o Plebeu". Ao ser anunciada na cerimônia de entrega, uma tímida Audrey caminhou pelo corredor de cabeça baixa, subiu ao palco, foi para o lado errado, se corrigiu e, em poucas palavras e sem encarar o público, fez um agradecimento. Era o início do sucesso de uma carreira de 31 filmes e que deu a ela cinco indicações ao Oscar de melhor atriz entre 1954 e 1968.

Audrey e Givenchy
Audrey não criou a imagem de musa fashion sozinha. Em seu segundo filme em Hollywood, "Sabrina", o parisiense Hubert de Givenchy foi contratado para criar o figurino. O estilista, um dos mais importantes da Europa, não esperava por Audrey. Tinham dito a ele que "vestiria a miss Hepburn", então ele lembrou da mais famosa, Katherine Hepburn.

Além disso, Givenchy estava em meio à produção de uma nova coleção e apenas mandou que Audrey escolhesse vestidos da coleção passada. O senso de estilo da atriz o impressionou e começou ali uma parceria e amizade para a vida inteira. Givenchy dizia que Audrey era o que ele considerava o "ideal feminino" e ela dizia que as roupas dele eram as únicas nas quais se sentia "ela mesma".

Legado humanitário
A herança de Audrey Hepburn para o mundo não foi apenas o de belas intepretações e lindos figurinos. Em 1988, ela assumiu seu maior papel: o de embaixadora da boa vontade do Unicef. Em cinco anos, viajou por 20 países e testemunhou a luta de famílias que sofriam com pobreza e desnutrição e reportou essas situações aos líderes mundiais e à imprensa.

Este trabalho serviu para inspirar outros voluntários a dedicarem seu tempo para melhorar a vida dessas pessoas e criou o Audrey Hepburn Children's Fund, que continua o trabalho de desenvolvimento da saúde, educação e bem-estar das crianças.

A bonequinha perfeita
Não era para Audrey ser a "bonequinha de luxo". Truman Capote, autor do romance que inspirou o filme, queria que Marilyn Monroe interpretasse a protagonista, mas os agentes da atriz acharam que ela não deveria interpretar uma "acompanhante" àquela altura da carreira. Audrey sofreu nas mãos de Capote durante as filmagens, que não gostou da "magricela" escolhida pelos produtores. Ela mesma chegou a se questionar se conseguiria fazer a personagem, que se tornaria a mais famosa de toda sua carreira.

Assista ao making of do editorial:



Crédito do vídeo: Rodrigo Arsego, da Arsego Produções

A NOTÍCIA
Pena Filho / Agencia RBS

A modelo Bruna Fernandes (DF Model) foi nossa bonequinha de luxo neste editorial
Foto:  Pena Filho  /  Agencia RBS


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