Enquanto o mês é de férias para muitos artistas, outros desafiam o silêncio dos teatros. Em uma iniciativa independente, o duo formado por Arnou de Melo e Gledison Zabote convida os joinvilenses a retornarem às cadeiras da plateia. Nesta quinta, eles levam ao teatro do Sesc mais uma dose do concerto Soprando Baixo, projeto de jazz na formação de contrabaixo e saxofone.

A apresentação, que se estende no próximo domingo a Chapecó, é um aquecimento para uma experiência internacional, a primeira do duo. Arnou e Gledison vão tocar em pelo menos três cidades argentinas ainda neste mês.

A série é incentivada pela cantora joinvilense Ana Paula da Silva, que atualmente se divide entre o Brasil e o país vizinho, e do baixista argentino Marcos Archetti. A partir do dia 24, os músicos passam por Mar Del Plata, La Plata e Buenos Aires.

Os hermanos vão assistir ao mesmo repertório que mais uma vez sobe ao palco do Sesc de Joinville, mesclado por releituras de nomes significativos do jazz e composições autorais. Segundo o saxofonista, a seleção vem se moldando aos poucos à identidade do duo.

— Cada ano o duo vai tomando um caminho diferente —, confirma ele, que espera com a viagem mais do que engordar o currículo do duo, também trazer ao Brasil a troca com o público e músicos argentinos.

Arnou de Melo vive em Itajaí e tem em seu currículo professores como Oscar N. Kleis (Nêni), Jeff Berlin, Bob Magnusson, Gary Willis, Steve Bailey, Carl Shroeder e Arismar do Espírito Santo. Já atuou no Brasil e nos Estados Unidos e lançou o CD solo “Fantasia” com composições e arranjos próprios.

Gledison é de Joinville e começou seu contato com o mundo musical muito cedo. Em 2009 e 2010, realizou o Projeto Impressões Musicais ao lado do acordeonista Alex Reimann, além do Projeto Um Dedo de Prosa sobre o Jazz.

A atual formação começou com o projeto de música em um espaço cultural de um supermercado de Joinville em 2010. Gledison, que já admirava o trabalho do experiente Arnou, motivou a primeira junção inusitada de instrumentos, que pouco depois se tornaria uma projeto independente na cena instrumental joinvilense. Desde então, os catarinenses realizaram dois circuitos de apresentações no Estado, com o apoio do Sesc.

Além do duo, Gledison e Arnou continuam tocando trabalhos paralelos e já pensam em um CD com o repertório de “Soprando Baixo”.

— É uma soma de sonoridades que vem dado certo —, avalia Gledison.