No Velho Oeste norte-americano, a figura dos caçadores de recompensas era muito comum. Como fazem o Dr. Schultz (Christoph Waltz) e o ex-escravo Django Freeman (Jamie Foxx) em Django Livre, eles percorriam os Estados Unidos atrás dos criminosos que estampavam os famigerados cartazes de “Wanted – Dead or Alive”, ou “Procurado – Vivo ou Morto”.

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Em vídeo, críticos de ZH comentam o filme

Era um tempo de comunicações precárias, e crimes diversos, em regiões cuja organização social era marcada pelos latifúndios escravagistas e em cujas pequenas cidades constantemente prevalecia a lei do mais forte – ou do revólver mais potente.

A brincadeira abaixo, que ZH faz para apresentar os seis principais rostos de Django Livre, não significa que todos fossem procurados – ao contrário, nenhum deles estava na lista dos criminosos caçados por Schultz e Django. Mas ela faz lembrar uma imagem bem presente no filme e uma realidade com a qual o espectador vai estabelecer contato ao ir ao cinema – muito embora Tarantino faça uso de licenças dramáticas diversas ao longo dos mais de 160 minutos deste que é o oitavo longa-metragem de sua carreira.

 

Jamie Foxx
Vencedor do Oscar de melhor ator em 2005, por Ray (quando fez história sendo indicado também como coadjuvante, por Colateral), interpreta o herói do filme, Django Freeman. O escravo que encarna a raiva acumulada – e a posterior vingança contra os latifundiários brancos – é vivido com muita competência pelo intérprete que tem 45 anos e nasceu no Texas, ponto de partida da trama de Django Livre.

Christoph Waltz
Tarantino e o genial ator austríaco de 56 anos, que encarnou o Coronel Landa de Bastardos Inglórios (2009), seguiram o ditado e não mexeram “em time que está ganhando”. O caçador de recompensas que compra a liberdade de Django e se torna seu parceiro na longa jornada rumo ao Mississippi tem a mesma erudição e o apetite pela violência do personagem anterior. Aqui, no entanto, ele não é o vilão da história.

Kerry Washington
Intérprete de Broomhilda, a escrava negra que fala alemão e é a musa de Django, Kerry Washington já fez diversos filmes conhecidos do público, como Sr. & Sra. Smith (2005) e O Último Rei da Escócia (2006). É Django Livre, contudo, o projeto em que ela obtém mais destaque. Parece que a atriz nascida no Brooklin (e que contracenou com Jamie Foxx em Ray) é ainda mais jovem, mas fará 36 anos em 31 de janeiro.

Leonardo DiCaprio
O maior vilão de Django Livre é também um destaque do elenco do filme. Intérprete do genioso e ignorante senhor de terras que escraviza Broomhilde e se diverte vendo lutas nas quais negros se digladiam até morrer, “Monsieur” Candie (é assim que ele gosta de ser chamado, apesar de não falar francês) é interpretado por um Leonardo DiCaprio que não deixa a desejar ao dividir a cena com os ótimos Foxx e Waltz. Indicado três vezes ao Oscar, o ator de 38 anos também poderia ter sido lembrado por esta performance.

Samuel L. Jackson
É impagável a caracterização de Samuel L. Jackson, parceiro de Tarantino desde Pulp Fiction (1994), como uma espécie de preto velho americano. Com cabelos e suíças brancos, andando com o auxílio de uma bengala, o velhinho Stephen que Jackson interpreta é um negro que envelheceu na fazenda de Calvin Candie (DiCaprio) e agora é uma mistura de conselheiro e governante de sua propriedade. Um traidor, aos olhos de Django. Com 64 anos recém-completados, é outro que bem podia ter sido lembrado no Oscar.

Franco Nero
Ícone dos spaghetti westerns, entre eles Django (1966), do diretor Sergio Corbucci, Nero é um ator italiano que foi descoberto, em Hollywood, por John Huston, com quem fez A Bíblia no mesmo ano de lançamento do Django de Corbucci. Aos 71 anos, faz uma ponta em Django Livre como um senhor de terras que se diverte numa luta de negros com seu “parceiro” Calvin Candie (DiCaprio). É uma das homenagens de Tarantino ao gênero e às figuras dos filmes que o inspiraram a dirigir este faroeste.