Steven Spielberg passou 10 anos tentando convencer Daniel Day-Lewis a ser protagonista de Lincoln. Por duas vezes, o ator britânico disse não, insatisfeito com o roteiro, refeito várias vezes nesse período. Finalmente Lewis leu, gostou e topou.

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A paciência do diretor para agradar a um dos poucos atores com talento e cacife para lhe fazer esperar foi recompensada com o filme que desponta como grande favorito a empilhar estatuetas na festa do Oscar 2013, que será realizada em 24 de fevereiro. As indicações, anunciadas ontem, colocaram Lincoln concorrendo em 12 categorias.

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Com estreia no Brasil marcada para dia 25 de janeiro, Lincoln chega à grande festa do cinema com credenciais que o tornam um concorrente difícil de ser batido. Narra os últimos dias de vida do mais icônico e reverenciado dos presidentes americanos, destacando seu papel a favor da abolição da escravatura (tema permanentemente aceso, sobretudo na era Obama), é estrelado por um ator que nunca entrega menos do que um desempenho espetacular (Lewis ganhou dois Oscar em quatro indicações, por Meu Pé Esquerdo e Sangue Negro) e é dirigido por um dos gigantes do cinema (duas estatuetas de melhor diretor em seis disputadas, por A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan).

A cinebiografia de Abraham Lincoln, desde o seu lançamento, tem recebido críticas positivas e encerrou a temporada 2012 frequentando as mais importantes listas de premiações. Também é o filme com mais indicações ao Globo de Ouro, com sete _ a cerimônia de entrega é neste domingo _ e ao Bafta, a principal premiação do cinema britânico, com 10.

O anúncio da Academia de Hollywood chancelou a presença de produções que já eram esperadas entre os nove indicados a melhor filme, como As Aventuras de Pi, de Ang Lee, que concorre em 11 categorias, Argo, de Ben Affleck (sete), A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow, e Django Livre, de Quentin Tarantino (cinco cada um).

Fazem figuração na lista principal o musical Os Miseráveis, adaptação do espetáculo de sucesso na Broadway, Indomável Sonhadora, produção independente que traz a mais jovem indicada a melhor atriz, Quvenzhané Wallis, nove anos, e a comédia O Lado Bom da Vida, favorita nesta categoria no Globo de Ouro.

Mas a boa surpresa, das que agradam os cinéfilos que consideraram o Oscar apenas um evento comercial do cinema americano, é o reconhecimento a Amor, de Michel Haneke. O longa, que, entre outros prêmios, conquistou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, pode ser conferido em pré-estreia neste final de semana em Porto Alegre. Amor rompeu o nicho da disputa de filme estrangeiro, representando a Áustria, e foi indicado também a melhor filme, direção, roteiro original e atriz, justa homenagem à francesa Emmanuelle Riva, estrela do clássico Hiroshima, Meu Amor (1959) – ela completa 86 anos no dia da entrega do Oscar.