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Itapema FM  | 09/01/2013 17h31min

Comédia visual e adaptação de Nelson Rodrigues entram em cartaz na Capital

Grupo Teatro Sim... Por que não?!!! apresenta dois espetáculos em teatro no Norte da Ilha

Fernanda Oliveira  |  fernanda.oliveira@diario.com.br

Há quem só conheça Nelson Rodrigues como autor de tragédias e dramas de final infeliz, mas o grupo catarinense Teatro Sim... Por que não?!!! resolveu lidar com outra faceta do Anjo Pornográfico: o humor das crônicas rodrigueanas, publicadas em jornais cariocas durante a década de 1950, virou peça homônima à coletânea A Vida Como Ela É, com três apresentações marcadas para os próximos dias no Teatro Dionísio, no bairro dos Ingleses.

No palco, sete atores encenam cinco histórias utilizando diferentes técnicas de interpretação. Máscaras, jogos de sombras, quadro vivo (teatro com imagens estáticas, passando a impressão de que a cena está congelada), dublagem e atores sendo manipulados como marionetes entram em cena para a montagem da adaptação de viés cômico, escrita pelo diretor Luis Artur Nunes. Com foco no exagero e no caráter destemperado dos personagens, paixões e traições ganham um tom mais lúdico.

— O texto é leve, solto. O Luis conseguiu pinçar o humor na obra do Nelson. Além disso, tudo na peça é muito teatral — explica o diretor de palco do grupo, Júlio Maurício.

O espetáculo estreou em junho de 2010 e, desde então, foi apresentado em cidades como Vitória, Porto Alegre e mais de 30 em Santa Catarina. Em Florianópolis, teve temporadas no Teatro Álvaro de Carvalho e no Teatro da UFSC.

>> Teatro Dionísio foi inaugurado em dezembro de 2012 com concerto da Camerata Florianópolis

Sem palavras

A peça até poderia ser descrita como um monólogo, não fosse pelo fato de que a atriz, sozinha em cena, não pronuncia uma palavra sequer. A Garota da Capa é uma comédia visual, que dispensa o recurso da fala, concebida coletivamente pela atriz Andréa Padilha e pelo diretor inglês John Mowat.

Para Andréa, que já soma 23 anos de carreira como atriz — mais da metade dos quais dedicados à ação dramática sem fala —, encenar peças sem pronunciar palavras desperta a curiosidade do público e é um desafio do ponto de vista dramatúrgico.

— É difícil, mas uma grande oportunidade para o ator, pois exige um trabalho muito maior de presença cênica — explica a atriz.

No palco, a solitária personagem interpretada por Andréa se relaciona com as figuras que encontra nas páginas de suas revistas, colecionadas aos montes. Objetos, pessoas, comportamentos e estilos de vida passam, então, a fazer parte de sua fantasia: quer ser bela, jovem, rica, viajada e desejada, mas está sozinha em seu apartamento.

Apesar de cômica, a peça, que estreou há cerca de um ano, também tem seus momentos dramáticos,  em que critica a obsessão pela juventude e pelos modelos de beleza apresentados nas revistas de moda.

Agende-se

O quê: A Vida Como Ela É
Quando: quinta, sexta e sábado (dias 10, 11 e 12 de janeiro), às 21h
O quê: A Garota da Capa
Quando: domingo, dia 13, às 21h

Onde: Teatro Dionísio, em Florianópolis (Servidão Safira, 148, bairro Ingleses - atrás do supermercado Angeloni, no Colégio Santa Terezinha)
Quanto: R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada)

À venda no site Blueticket (www.blueticket.com.br)

DIÁRIO CATARINENSE
Cristiano Estrela / Agencia RBS

Textos de A Vida Como Ela É ganharam versão com foco no humor
Foto:  Cristiano Estrela  /  Agencia RBS


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