Itapema FM | 04/01/2013 10h39min
Uma das histórias mais polêmicas e comentadas do mundo da música em 2012 chega ao festival de Sundance, no dia 18 deste mês, em forma de documentário: Pussy Riot: A Punk Prayer conta como um grupo russo de punk rock formado apenas por mulheres virou ídolo de artistas como Madonna e Sting, depois de se manifestar contra o governo de Vladimir Putin - e ter três de suas integrantes julgadas e presas por isso.
O protesto aconteceu dentro de uma igreja em Moscou, onde o grupo fazia uma performance. Nadezhda "Nadya" Tolokonnikova, Maria "Masha" Alyokhina e Yekaterina "Katya" Samutsevich, membros da banda, foram julgadas por desordem pública e condenadas a dois anos de prisão. Ao longo do ano, diversas celebridades se manifestaram a favor das russas, afirmando que sua prisão era uma ofensa à liberdade de expressão e pedindo ao governo russo que as libertasse o mais rápido possível. "É uma das histórias da década", afirma o britânico Mike Lerner, diretor de A Punk Prayer. "É o feminismo que está em julgamento. Foi a ideologia feminista e a oposição desafiadora de um protesto em uma igreja que tanto ameaçaram o governo russo." O co-diretor Maxim Pozdorovkin comenta que a polêmica é ainda maior na Rússia, onde a sociedade é muito mais dividida a respeito do caso do que o resto do mundo, que ficou horrorizado com a decisão do governo. "Uma das coisas estranhas é que a maioria dos russos é contra a banda", explica. "Existem pessoas que querem que elas sejam queimadas, e alguns ortodoxos afirmam que elas têm que ser perdoadas. Existem ativistas políticos de todo tipo. Essa história realmente revelou sentimentos radicais na sociedade."
Cinematograficamente falando, Lerner classifica o filme como um "clássico drama de tribunal". O julgamento foi filmado, e entrevistas com pessoas envolvidas - como os pais das artistas presas - foram feitas. "Nossa tentativa é mostrar a batalha ideológica", diz Pozdorovkin. "Duas Rússias estão brigando entre si." Com isso, ambos os diretores esperam que o longa sirva de registro sobre como três mulheres, mesmo condenadas por suas ações, permanecem vencedoras morais. Yekaterina "Katya" Samutsevich, a única das três que não permaneceu na cadeia, já afirmou em entrevista que acha que o ato do Pussy Riot foi bem sucedido.
As informações são da Rolling Stone americana.
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