Atualizada em 15/12/2012 às 12h04min

Um tiroteio dentro de uma escola primária na cidade de Newtown, em Connecticut, nos Estados Unidos, deixou pelo menos 27 mortos. Das vítimas do atirador, 20 são crianças, conforme a polícia. Ele matou outros seis e cometeu suicídio.

Agentes da polícia do Estado consultados pela imprensa americana o identificaram como Adam Lanza, 20. Inicialmente, os meios de comunicação o haviam identificado como Ryan Lanza, que, na verdade, era seu irmão, que foi interrogado. Ele teria duas armas. Informações sobre um suposto segundo atirador não foram confirmadas.

Lanza entrou armado em uma sala de aula e matou a mãe e as crianças. Continuou atirando até vitimar mais cinco adultos - incluindo a diretora, Dawn Hochsprung - antes de se suicidar. Toda a ação, disse a polícia, ocorreu em duas salas da escola. Não há explicação ainda para o crime.

— Ocorreu um tiroteio. Não é possível fornecer detalhes — afirmou o tenente Paukl Vance, responsável pelo gabinete de informação pública da polícia estatal de Connecticut, contactado por telefone.



Americanos acenderam velas em frente à Casa Branca, em Washington, em homenagem às vítimas do massacre. Foto: Mladen Antonov, AFP


– Um dos policiais disse que uma das piores coisas em toda a sua carreira foi quando contaram a todos aqueles pais que estavam esperando pela saída dos filhos – declarou à emissora WCBS news uma enfermeira local, que correu para o local da tragédia.

– Eles pensavam que as crianças ainda estavam vivas, sabe. Eram 20 pais que atinham acabado de receber a notícia de que seus filhos estavam mortos. Foi horrível –  contou.

Testemunhas descreveram o massacre como um intenso tiroteio, com talvez 100 tiros disparados, e contaram ter visto um corredor sujo de sangue.

– Estava no ginásio na hora. Ouvimos muitos estrondos e achamos que fosse o zelador desmontando coisas. Ouvimos gritos. E então, fomos para a parede e nos sentamos – contou um menino à emissora WCBS.

– Foi então que a polícia entrou. Então ele correu. E aí alguém gritou para encontrar um lugar mais seguro. Fomos para o banheiro do ginásio e sentamos lá por um tempo – acrescentou, enquanto seus pais se aproximavam, atordoados.

– Havia polícia em cada porta nos conduzindo por aqui, por ali. Rápido, rápido, venham. Nós corremos até a brigada de incêndio. Havia um homem que derrubado no chão, com algemas – acrescentou.

Segundo a rede NBC, a polícia chegou à escola primária Sandy Hook, situada em Newtown, e realizava uma evacuação.

De acordo com o meio de comunicação local Newtown Bee, ambulâncias e equipes de emergência se encontravam na escola desta cidade de pouco mais de 27,5 mil habitantes situada 128 quilômetros a nordeste de Nova York.

Uma foto no site do periódico mostrou autoridades conduzindo mais de uma dezena de crianças pequenas apavoradas através do estacionamento. Outra imagem mostrou policiais reunidos em uma rua vizinha mais tranquila.

Logo após as 9h40min (12h40min de Brasília), as autoridades afirmaram que o atirador estava no escritório principal da escola. O presidente Barack Obama foi notificado da tragédia por volta das 10h30min, segundo a Casa Branca.

Massacres mortais são uma ocorrência frequente em espaços públicos nos Estados Unidos, e só costumam terminar quando o atirador é morto ou se suicida.

No acontecimento recente de maior notoriedade, em julho deste ano, James Holmes, um jovem de 24 anos, teria matado 12 pessoas e ferido outras 58 quando abriu fogo contra a sessão da meia-noite do último filme de Batman em um cinema de Aurora, Colorado.

Apesar destas tragédias, o apoio a leis mais duras para o porte de armas é controverso, com muitos americanos contrários a restrições àquilo que consideram um direito constitucional de manter armas de fogo potentes em casa.

Veja o local do massacre em Newtown, Connecticut:

Leia mais:
Os tiroteios mais fatais nos EUA nos últimos 20 anos

Obama acompanha situação após tiroteio em escola dos EUA

Galeria de fotos: Veja imagens da tragédia em Connecticut

Pais de atirador teriam sido encontrados mortos, diz imprensa americana

AFP