Itapema FM | 06/12/2012 16h14min
A Partilha está de volta, mas promete poucas mudanças na receita de sucesso. A peça, escrita por Miguel Falabella, estreou em 1991 e ficou em cartaz durante seis anos, com três das quatro atrizes que compõem o elenco atual.
Agora, Susana Vieira, Arlete Sales, Thereza Piffer e Patrícia Travassos, que assume o papel antes interpretado por Natália do Vale, encarnam as irmãs Regina, Lúcia, Laura e Selma em texto praticamente idêntico ao original - apenas alguns detalhes de foram alterados, como a substituição de cartas por e-mails e o uso de gírias atuais.
Com a morte da mãe, quatro irmãs se reencontram para decidirem o destino de uma herança. Regina (Susana Vieira) é liberada e otimista; Lúcia (Arlete Salles) abandonou marido e filho no Brasil para morar em Paris, onde viveu um grande amor; Selma é a mais conservadora do grupo e vive um casamento sem grandes emoções com um militar; e Laura (Thereza Piffer), a caçula, causa surpresa nas irmãs ao se revelar homossexual.
As diferenças de opinião e estilo de vida se tornam evidentes quando elas buscam defender suas ideias e, ao mesmo tempo, convencer as demais de que estão certas. O que começa com um velório, aos poucos se torna um passeio bem humorado pelo passado e presente dessas irmãs. As atrizes da peça falaram com o DC, por email.
Além da herança, que outras partilhas acontecem na peça?
Thereza Piffer — A maior de todas: a partilha emocional dessas quatro irmãs com personalidades tão diferentes. A dificuldade de cada uma com os relacionamentos familiares e a dificuldade em expressar o movimento interno de cada uma. Compreendê-lo como sendo merecedor de credibilidade e atenção. E a justificativa de ter realizado meu trabalho como foi feito, está exatamente nesta premissa com a qual nos deparamos: a falta de atenção do ser, para consigo mesmo, para com o outro, do outro para si e finalmente suas capacidades e realizações.
O que mudou em você da montagem atual de A Partilha em relação à dos anos 1990?
Susana Vieira - Reviver esse trabalho é um desafio e uma alegria enorme, pois é um fato inédito em minha vida. Faço com o maior carinho e dedicação. A história é a mesma, o que faz a diferença é o meu amadurecimento. O elenco todo está mais maduro, afinal são 22 anos. Acho que também estamos mais bonitas.
Como foi entrar para o elenco e fazer logo a personagem mais conservadora do grupo?
Patricya Travassos — Foi como um novo trabalho qualquer, que vai brotando durante os ensaios e toma forma na estreia. No caso da Selma, a personagem que interpreto, eu já tinha uma certa familiaridade com ela. Substituí a Natália por 3 meses em 1990. A meu ver, ela é a personagem mais bem desenhada das quatro irmãs. O público logo sabe quem ela é. E o fato de ela ser tão conservadora até me facilita. Gosto de fazer personagens que não tem nada a ver comigo.
É diferente fazer uma personagem que abandona o casamento hoje e no início da década de 1990?
Arlete Salles — Há vinte anos, talvez não fosse tão normal as mulheres buscarem a felicidade a ponto de transformarem radicalmente as suas vidas. A Maria Lúcia, personagem que eu interpreto, deixa o marido e vai em busca de uma segunda oportunidade no amor. Hoje, essa atitude não choca tanto, afinal as mulheres estão mais independentes e talvez, muitas se identifiquem com ela.
Agende-se
Oquê: espetáculo A Partilha
Quando: sexta (21h), sábado (21h30min) e domingo (20h)
Onde: Teatro Ademir Rosa, no CIC (Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 , Agronômica _ Florianópolis)
Quanto: ingressos de R$ 100 a R$ 120 (inteira) e entre R$ 50 e $ 60 (meia-entrada). Convênio: R$ 100 (Clube do Assinante DC)
À venda no www.blueticket.com.br e nas bilheterias dos Teatros Ademir Rosa, Pedro Ivo e Álvaro de Carvalho.
Classificação: 12 anos
Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - ©
2009
clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.