Quarenta e quatro alunos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil encerram o ciclo de aprendizado e começam uma nova etapa da carreira como bailarinos. Eles fazem parte da quinta turma de formandos, a maior da história da instituição — até então, o número recorde era da primeira, com 42 formandos. Os 16 alunos de dança contemporânea e 28 de dança clássica colam grau com um espetáculo especial para convidados nesta sexta, sábado e domingo.

Muitos dos que somam à lista de novos profissionais vieram de longe e cresceram nos corredores da escola. O formando Thales Henrique Soares de Araújo, 19 anos, é um dos bailarinos que nem imaginava o que o esperava em Joinville quando deixou a família em João Pessoa, na Paraíba. Ele faz parte da primeira turma de estudantes do estado nordestino a ingressar na instituição.

— Há oito anos, quando participei da seleção, tinha conhecimento zero em dança. Nunca nem tinha visto uma apresentação de balé na vida — conta o paraibano, que está cheio de expectativas com o diploma.

— Por enquanto quero aproveitar todo o meu gás para dançar.

Thales já recebeu proposta de trabalho na Cia. de Dança de Aveiro, em Portugal, junto com Victoria Scatena e Isaias Estevam. Eles estão entre os 11 alunos que saem da Escola do Bolshoi com oportunidade de emprego em vista.

Filipe de Jesus Paulino, Lucila Munaretto e Mônica Gross já estão atuando no Coastal City Ballet, no Canadá; Iure Junior de Castro Dias e Danúbio Pereira fazem parte da Salzburg Landestheater, na Àustria; Lucas Carvalho de Sousa Leite e Débora Janing Está vão para a Trianon Cia. de Dança em Campos dos Goytacazes; e Nathiany Ribeiro dos Santos embarca em janeiro para o Uruguai, na Companhia do Teatro de Sodre.

Leilane Karine de Sá Barbosa, 19 anos, também quer fazer jus ao diploma e calçar as sapatilhas pelo mundo, assim como Valdenir Costa de Oliveira, 21 anos, que mesmo depois de ter recebido dois convites para dar aulas em Santa Catarina, quer mesmo subir aos palcos.

— Volto para a minha cidade Rondonópolis só para ministrar um curso, depois quero mesmo é dançar — conta o mato-grossense.