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Itapema FM  | 29/11/2012 15h27min

Entrevista: Ed Motta fala sobre sua relação com o cinema e com Florianópolis

Artista traz para a Capital show com repertório de sucessos dos mais de 20 anos de carreira

Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

Com saudades do pastel de camarão do Mercado Público e das ovas de tainha, Ed Motta desembarca em Florianópolis para fazer dois shows na cidade. O show aberto ao público será no sábado, 1 de dezembro, e vai trazer no repertório sucessos dos mais de 20 anos de carreira de Ed, como Colombina, Manoel, Fora da Lei e Espaço na Van. O músico se apresentará no CIC, às 21h com Paulinho (guitarra), Rannieri Oliveira (teclados), Marcos Kinder (bateria) e Robinho Tavares (baixo). Já o show desta sexta-feira será somente para convidados e vai oferecer no Simple On The Beach uma harmonização de vinhos produzida por Ed Motta, que também é enólogo.

O cantor concedeu entrevista ao DC por telefone.

Confira o áudio da entrevista com o cantor Ed Motta

Veja aqui o top 10 de artistas indicados por Ed Motta


Você conhece bem Florianópolis? Quais suas lembranças da cidade?

Ed Motta _
Ah, sim. Desde o lançamento do meu primeiro álbum, em 1988 devo ir para Floripa umas três vezes por ano. Turnê exige uma certa disciplina, você precisa chegar e descansar, deixar para curtir a cidade no dia seguinte. Não que eu tenha essa disciplina... (risos) Eu tento. (risos)

Você é sommelier e enólogo, o que você aprecia na gastronomia de Florianópolis?

Ed _
Olha, uma coisa supersimples que eu adoro fazer é comer o pastel de camarão do Mercado Público. O pastel do Box 32 é o melhor do planeta. É incrível, uma loucura! Tinha que vender via avião aquilo. Outra coisa que eu adoro e que hoje em dia está sendo mais valorizada é a ova de tainha, que eu aprendi a comer aí em Santa Catarina nos anos 1980. Fiquei louco com isso. Sempre que vou para Florianópolis fico atrás de comer as ovas da tainha.
 
Quando pequeno você era um expert em peixes e aquários. Depois ficou fã de quadrinhos e cinema clássico e passou a devorar tudo que encontrasse sobre esses assuntos. O que mais já despertou sua curiosidade a esse ponto? (tirando música, claro)

Ed -
O assunto que eu me apaixonei depois foi vinhos e cervejas artesanais. Mas com a internet tudo mudou. Em 1995, comprei meu primeiro computador com acesso à internet e a possibilidade de pesquisar sobre música com essa facilidade e, ainda mais perigoso, comprar e gastar uma fortuna na internet, mudou o meu modo de pesquisar. Eu sou a pessoa mais consumista na área de cultura que possa existir. A internet para mim é um perigo. Eu devia até usar menos porque eu gasto muito dinheiro com discos, livros, DVDs, sempre essa tríade.

Você começou sua carreira em uma banda e logo partiu para a trajetória solo. Depoimentos seus dizem que você "nunca se adaptou à democracia de uma banda". Como funciona a democracia de uma banda?

Ed -  É uma questão de organização, a banda tem votação para tudo. Você não consegue juntar duas ou três pessoas e ter uma unanimidade em tudo. Tem sempre alguém um pouco insatisfeito com alguma decisão. E isso é uma dificuldade. Eu sou um artista que prefere trabalhar solo. O Ênio Morricone compunha sozinho, Beethoven não compunha com Bach, eu não sou Beethoven (risos), mas isso de banda é uma coisa recente, envolve uma estética, nos últimos muitos anos essa ideia de banda às vezes junta um monte de banda que não tem exatamente um grande talento, mas que junto tem uma química legal. E aquilo vira um talento quando as pessoas estão juntas. É curioso esse funcionamento do coletivo, mas não é muito minha praia. Estou mais para Ênio Morricone do que para Rolling Stone... (risos)

Você tem uma relação especial com o cinema. Quais os filmes que mais te marcaram e influenciaram sua música?

Ed -
Os filmes da década de 1970 e 1980, trilhas de filmes e seriados, influenciaram muito minha música, com certeza. Eu tenho coleção de seriados dessa época, estou sempre assistindo. Meus favoritos são Columbo, Baretta, Magnum, Além da Imaginação e Perdidos no Espaço, e eu percebo o quanto aquilo me influenciou. Às vezes estou assistindo e vejo que a música que toca no fundo em A Poderosa Ísis lembra um timbre que usei. No cinema, entre todos outros, eu destacaria o filme As férias de Monsieur Hulot, de JacquesTati, porque foi quando eu comecei a gostar do vibrafone como instrumento. A abertura usava o instrumento e era bonito para caramba, passava numa praia. Foi importante para minha formação como músico. Vivo como se estivesse nos anos 1970 e 1980 o tempo inteiro, sempre assistindo minhas coleções. Só percebo que vivo no mundo de hoje quando ligo a TV ou vou fazer outra coisa. (risos)

Agende-se

O quê: Ed Motta - Show Sucessos
Quando: 1 de dezembro, às 21h
Onde: Teatro Ademir Rosa, no CIC. Avenida Gov. Irineu Bornhausen, 5600, Florianópolis
Quanto: R$ 120. Clube Assinante R$ 108. Meia-entrada R$ 60

DIÁRIO CATARINENSE
Dulce helfer / Agencia RBS

O cantor concedeu uma entrevista ao DC por telefone
Foto:  Dulce helfer  /  Agencia RBS


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