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Itapema FM  | 23/11/2012 18h03min

Em entrevista à Itapema FM, Alexandre Borges e Juliana Martins falam sobre a peça "Eu Te Amo"

Os atores comentam a peça que apresentam em Florianópolis neste final-de-semana

Marina Martini Lopes  |  marina.lopes@itapemafm.com.br

Neste final-de-semana, nos dias 24 e 25 de novembro, os atores Alexandre Borges e Juliana Martins apresentam em Florianópolis a peça Eu Te Amo. Com texto de Arnaldo Jabor, a história é originalmente um filme, de 1981, e está sendo levada aos palcos pela segunda vez. Em entrevista à Itapema FM, rádio que promove o espetáculo, os dois atores falaram sobre a peça, que está em cartaz há um ano e meio; as influências da interpretação de Sônia Braga e Paulo César Peréio - protagonistas do filme na década de 80 - em seu trabalho; e as diferenças entre trabalhar com teatro e com TV. Mesmo com uma agenda lotada para promover a peça, Alexandre e Juliana mostraram bom humor, e falaram de Eu Te Amo com a empolgação de quem está orgulhoso do que faz. Dá até mais vontade de ir assistir.

Itapema: Quem são Paulo e Maria, os protagonistas da peça?
Juliana: O Paulo e a Maria são pessoas desiludidas da vida amorosa. Ele acabou de levar um fora, e ela é amante de um homem casado. Os dois estão decepcionados, desacreditados do amor. Eles se conhecem através da internet, e cada um tenta criar uma identidade muito positiva, para impressionar o outro. Depois que eles marcam uma data para se encontrar pessoalmente, essas máscaras começam a cair.
Alexandre: O que é interessante é que eles não fingem ser outras pessoas intencionalmente, é só essa coisa de querer impressionar, de mostrar sua melhor imagem na internet. Todo mundo cria "avatares" na internet. E a peça questiona justamente isso: quem é você virtualmente? É a mesma pessoa que você é no mundo real?

Itapema: Mas isso foi uma adaptação no texto original, certo?
Juliana: Sim, no texto original, de 1981, eles se conhecem na rua. Mas hoje em dia parece mais realista dizer que um casal se conheceu pela internet do que se encontrando na rua, né? (risos) Mas o legal é que as adaptações que a gente fez foram pura contextualização. A gente não precisou mexer no texto, nas frases do Jabor, porque ainda é tudo muito atual, muito contemporâneo.

Itapema: Vocês sentem que as versões anteriores do texto, para cinema e para teatro, influenciaram a atuação de vocês de alguma forma?
Juliana: Eu não vi a peça anterior, mas vi o filme várias vezes. É claro que muita coisa da interpretação da Sônia Braga acabou ficando em mim, mas eu sou outra atriz, com outro temperamento... Acho que cria uma mistura.
Alexandre: Já eu tenho vontade de interpretar esse personagem há uns quinze anos. Para mim é uma coisa mais emocional, mesmo. Eu sou bem ligado ao filme. Para a minha geração, o Peréio é um desses atores meio mitológicos, eternizados, porque ele rompeu barreiras, fez personagens muito fortes. Eu lembro de ver o filme e pensar "nossa, eu adoraria fazer esse personagem". Mas eu não tinha idade nem maturidade pra isso. Acabou acontecendo agora, e foi em um bom momento.

Itapema: Vocês dois têm experiência com novela e com teatro. O Alexandre acabou de fazer Avenida Brasil, que foi um sucesso absurdo de audiência. Como vocês sentem a diferença entre as duas coisas?
Alexandre: Ah, quando trabalha com novela você é um operário, né? Acorda cedo, pega o trânsito, chega no estúdio, passa o dia gravando, uma cena atrás da outra, faz externa, regrava coisa que foi mudada, volta pra casa às nove da noite, aí deita na cama e tem cinquenta páginas de roteiro pra ler pro dia seguinte... (risos) Não tem nada igual fazer novela, é muito mais sacrificante. Quando você faz um filme, por exemplo, a coisa é mais devagar; você analisa cena por cena, refaz as coisas na hora... TV é mais braçal, mesmo.
Juliana: Mesmo porque não tem muita rotina. Você pode ser chamado a qualquer hora pra regravar uma cena, pode precisar gravar uma externa à noite... Sempre que eu estou de folga, eu fico conferindo os nomes no roteiro daquele dia, porque tenho pânico de imaginar que o meu nome pode estar lá e eu posso não ter visto! (risos)
Alexandre: Durante Avenida Brasil eu tive que dar uma pausa na peça, aliás. Mais para o fim da novela, quando o Cadinho foi para o Divino. (risos) No começo a gente conciliava, eu gravava durante a semana e no final-de-semana viajava com a peça... Mas final de novela é mais loucura, não dá.
Juliana: E tem a reação do público, também. Com teatro você sente na hora. Com novela você descobre a reação do público uma semana depois.
Alexandre: Mas tem um alcance imenso, por outro lado. Uma vez eu estava no Louvre, em Paris, de férias, e fui abordado por uma excursão de russas que me reconheceram de uma transmissão da novela lá! (risos)

Itapema: Vocês já sabem até quando a peça vai continuar em turnê?
Alexandre: Olha, a gente ainda não sabe como vai ser no ano que vem. A gente queria encerrar o ano apresentando a peça. Foi muito bom poder vir para Floripa, a gente queria muito. E é a minha primeira vez na cidade.

Itapema: Verdade? Nunca tinha vindo, nem a passeio?
Alexandre: Não, nunca! (risos) Mas agora eu vou poder conhecer um pouco, até domingo tem tempo.

Itapema: E como é fazer uma peça com só duas pessoas no elenco?
Juliana: É um desafio. Mas é um ótimo exercício, também.
Alexandre: É, a questão é que você tem que saber fazer muito com pouco. Criar uma coisa mais dinâmica, preencher o espaço cênico... Mas o texto do Jabor ajuda, porque é cheio de nuances. A gente ri, dá gargalhada, chora, dança, briga, transa... E o público acompanha, se identifica com a história. Ao longo desse um ano e meio a gente também foi sentindo a reação da plateia, adaptando certas coisas... A gente teve muito ensaio, foi bem detalhista com tudo.
Juliana: E até agora tem sido muito gratificante.

Clique neste link para ver o vídeo de Alexandre Borges e Juliana Martins convidando os ouvintes da Itapema para assistir ao espetáculo.

Serviço
Peça "Eu Te Amo"
Quando: dias 24 (sábado, às 21h) e 25 (domingo, às 20h) de novembro
Onde: Teatro Ademir Rosa, no CIC, em Florianópolis
Valor dos ingressos: R$ 70,00, com opção de meia-entrada
Pontos de venda: Óticas Quevedo; bilheterias dos teatros Ademir Rosa, Pedro Ivo e Álvaro de Carvalho; site C5 Produções. http://www.c5producoes.com/
Informações: 3953-2300 / 9957-7165
Promoção: Itapema FM

ITAPEMA FM
Eu Te Amo / Divulgação

Alexandre Borges: "(na peça) A gente ri, dá gargalhada, chora, dança, briga, transa..."
Foto:  Eu Te Amo  /  Divulgação


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