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Itapema FM  | 20/11/2012 19h14min

Zélia Duncan grava canções inéditas de Itamar Assumpção em novo disco

Cantora interpreta seis composições do autor no disco 'Tudo Esclarecido'

Lauro Lisboa Garcia

Zélia Duncan cantando Itamar Assumpção: isso dá repercussão. Com seis canções inéditas e sete reinterpretações de outras menos visitadas do compositor, a cantora contribui definitivamente para tirar dele o rótulo de “maldito” e “difícil” em Tudo Esclarecido.

O álbum estará à venda a partir do dia 27 em três versões (CD normal, digipack e deluxe, com livreto de 40 páginas) e futuramente em vinil.

A ideia de “popularizar” Itamar Assumpção (1949 – 2003) não implica que o álbum pretenda moldar o gosto do ouvinte ou dar lições sobre ele.

– Esse disco é meio como fiz com Eu Me Transformo em Outras, não segue uma linha de nada – esclarece Zélia. – Fiz o disco porque amo esse cara e me alimentei da música dele a vida inteira.

De volta à gravadora Warner Music, em parceria com o selo Duncan Discos, Zélia teve a primeira música de trabalho, Tua Boca, distribuída para as rádios na semana passada, e o CD todo pode ser ouvido desde segunda-feira em streaming no site sonora.terra.com.br. Todo gravado ao vivo em estúdio, o álbum teve os arranjos feitos em conjunto com Kassin (que dirigiu a produção), Zélia e os músicos Marcelo Jeneci, Pedro Sá, Stephane Sanjuan, Thiago Silva e Christiaan Oyens.

Fluminense de Niterói, a cantora sentiu à distância o baque estético da chamada vanguarda paulista quando morou em Brasília. Uma vez assimilada a linguagem, passou a alimentar o desejo de se tornar uma das “pastoras” de Itamar, como foram Suzana Salles, Virgínia Rosa, Vânia Bastos, Tetê Espíndola e outras, nas bandas Isca de Polícia e Orquídeas do Brasil:

– No dia em que ele saiu do hospital, teve um show no Sesc Pompeia em que estávamos Cássia Eller, Tetê, Ná Ozzetti, eu e uma galera. Ali, junto com elas, fui vocalista dele por um dia.

A cantora o encontrou em outras ocasiões (o encarte traz foto dos dois juntos) e ganhou dele diversas gravações demo, entre as quais uma feita para ela, a inédita Zélia Mãe Joana.

Tendo Ney Matogrosso e Martinho da Vila como cantores convidados, Zélia sugeriu a Kassin que fizessem um disco “delicioso de se ouvir”.

– A sombra de Itamar quase o estigmatizou. A meu ver, é uma sombra linda, profunda, mas ficou um pouco com aquela cara de difícil – diz Zélia, que já tinha gravado 11 canções dele em outros discos. – Queria um Itamar solar, obviamente sem tirar as sombras. Não sou tão solar assim, não tenho um trio elétrico.

Nesse aspecto, foi fundamental ter feito o disco no Rio. Porém, a curiosidade está aí, já que Itamar e a turma da geração Lira Paulistana sempre tiveram os campos de repercussão limitados por soar a muitos forasteiros demasiadamente “paulista”.

– Essa foi uma sacada importante. Claro, tem o Jeneci e o Christiaan, que chegou a ser parceiro de Itamar em uma canção por minha causa – diz Zélia. – Kassin tinha certo conhecimento porque é pesquisador. Os outros músicos não o conheciam, não endeusam Itamar. Então, lidaram com a música dele com muita sem-cerimônia. Teve a surpresa da descoberta de como ele, com quatro acordes, fazia coisas incríveis.

Agência Estado
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Disco 'Tudo Esclarecido', de Zélia Duncan, estará a venda a partir do dia 27
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