VIVIANE BEVILACQUA  |  viviane.bevilacqua@diario.com.br

Um bom programa para este final de semana — seja ele de chuva, frio, vento ou calor — é visitar o Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), localizado junto ao Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. Há muito o que ver, mas é bom ficar atento: as três exposições temporárias terminam no domingo. Depois, os espaços serão reorganizados para receberem novas exposições a partir de meados de novembro.

Galeria de fotos da exposição no MASC

Logo após as portas de vidro, na entrada do MASC, o visitante recebe o impacto das paredes coloridas. É o espaço da Exposição de Longa Duração, que conta a história do museu, desde os seus primórdios, lá em 1949, até a transferência definitiva para o prédio do CIC. Cada parede é de uma cor e representa uma das muitas moradas que o museu já teve ao longo do tempo.

Confira o vídeo com imagens do MASC

Além da história do museu, estão expostas nesta ala algumas das mais representativas obras de artes do extenso acervo do MASC , que conta, hoje, com cerca de 1,8 mil obras catalogadas, de autoria de artistas de todo o Brasil e do mundo, com destaque especial aos catarinenses.

Segundo o presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Joceli de Souza, as obras expostas são trocadas periodicamente, para que o público possa ter acesso ao rico acervo do museu.

— De que adiante ter uma joia se ela fica trancada no cofre? O mesmo acontece com as obras de arte. De que adianta ter preciosidades no nosso acervo, se elas ficarem guardadas? Nossa proposta é que os visitantes conheçam o que temos de melhor na casa — comenta o presidente.

Atualmente, oito obras fazem parte da mostra, sendo duas esculturas e seis telas. As esculturas são A Máscara e o Rosto (Bruno Giorgi) e O Pássaro (Ivo Silva). As telas são Parque de Diversões (Djanira Mota e Silva), No Campo (Iberê Camargo), Casas (Alfredo Volpi), Figura de Mulher (Max Moura), Parque (Janga) e Retrato de Marina (José Pancetti).

Depois de visitar a mostra permanente, o visitante entra no espaço das Exposições Temporárias. Até domingo três delas podem ser apreciadas — Pinturas e Esculturas do Poeta C. Ronald, Cruz e Sousa no Acervo do Masc e a exposição tátil Olhos da Alma.

A dica é visitar o museu durante a tarde e, depois, esticar a permanência no CIC, assistindo a uma sessão de cinema no Paradigma Cine Arte ou um espetáculo no Teatro Ademir Rosa, ambos também abrigados no Centro Integrado de Cultura.

Para ver com a alma

Uma exposição diferente, onde você não precisa ter olhos para ver, basta tocar para sentir e imaginar a obra de arte. Por isso, o nome: Galeria Tátil Olhos da Alma. Ela foi pensada pelos curadores e artistas Juliana Hoffmann e Maurício Muniz como um espaço democrático de arte, voltado a deficientes visuais que, através do tato, podem apreciar a beleza dos quadros e esculturas.

O espaço, no entanto, começou a chamar a atenção também de quem pode enxergar, mas queria vivenciar a experiência de ver e sentir unicamente através do toque das mãos. Para estes, existem máscaras escuras, a fim de tapar a visão e, ao mesmo tempo, despertar os outros sentidos.

A exposição está aberta a todos, até este domingo. As obras estão dispostas numa sala escura e foram feitas por vários artistas convidados. As telas possuem relevos, e alguns trabalhos também possuem descrições em braile. Várias turmas do Grupo de Leitura e Interpretação da Associação Catarinense para Integração do Cego (Acic) visitaram a galeria tátil e, muitos deles, contavam emocionados que estavam tendo contato com a arte pela primeira vez.

Catarinenses na vitrine cultural

Depois de sair da sala escura da exposição tátil vale conhecer a exposição Pinturas e Esculturas do poeta C. Ronald. O artista nasceu em Florianópolis, em 1935. Na mostra, estão expostos quadros e esculturas produzidos desde a sua adolescência até hoje, mostrando um pouco do trabalho do eclético artista.

A exposição tem curadoria de Juliana Hoffmann. Ela conta que C. Ronald começou a carreira como escritor, ainda jovem. Foi advogado e juiz, mas a poesia sempre foi sua grande paixão. A estreia oficial em livro ocorreu em 1971, com As Origens. Em 1996 recebeu o Prêmio Gama D'Eça pelo conjunto da obra — sua vasta produção compreende a publicação de 16 livros entre os anos de 1971 e 2012. Em 2011, C. Ronald recebeu o prêmio da Academia Catarinense de Letras, também pelo conjunto da obra.

— Eu cresci vendo seus quadros e ouvindo suas conversas sobre literatura, artes plásticas, música, filosofia. Quando sugeri fazer uma exposição de sua obra plástica, a resposta foi "não sou artista plástico". Depois de algumas conversas, ele aceitou fazer esta exposição inédita — relembra Juliana.

Ainda dentro do espaço das exposições temporárias, permanece aberta até domingo a mostra Cruz e Sousa no Acervo do Masc, organizada pelo Núcleo de Conservação e Acervo do Museu, em comemoração aos 150 anos do poeta, completados em novembro de 2011. Estão expostas obras de vários artistas catarinenses que têm o poeta e sua obra como temática. Destaque para as obras de Ernesto Meyer Filho, Hugo Mund Jr., Eduardo Dias, Aldo Nunes, Eli Heil, Elke Hering, Hamilton Machado, Hassis, Jandira Lorenz, Jayro Schmidt, João Otávio Neves Filho (Janga), José Silveira D'Ávila, Martinho de Haro, Rodrigo de Haro e Silvio Pléticos.

Serviço:

O quê: exposições Pinturas e Esculturas do poeta C. Ronald; Mostra Cruz e Sousa no Acervo do Masc; e galeria tátil Olhos da Alma

Onde: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) - Avenida Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica - Florianópolis

Quando: até domingo. Sexta e sábado das 10h às 20h30min; domingo das 10h às 19h30min

Quanto: entrada gratuita

Informações: (48) 3953-2319/3953-2324.

DIÁRIO CATARINENSE