Tim Maia, um dos gigantes da MPB, completaria 70 anos de vida nesta sexta-feira. Famoso não só pela genialidade na música, mas também pelas declarações bombásticas e pelas ausências em seus próprios shows, o "síndico do Brasil" era um verdadeiro mestre na mistura de ritmos brasileiros, como o samba e o baião, com o soul e o funk norte-americanos. 

Da mesma geração de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Jorge Ben Jor, o músico carioca teve uma vida atribulada devido à proximidade com o álcool e outras drogas. Pai da soul music brasileira, morou cinco anos nos Estados Unidos e inspirou artistas como Marisa Monte, Jota Quest e até mesmo Racionais MC's. Foi eleito o 9º maior artista da música nacional pela revista Rolling Stone Brasil.

Em 1998, durante uma apresentação no Teatro Municipal de Niterói, no Rio de Janeiro, Tim passou mal e teve que deixar o local em uma ambulância. Após complicações cardiovasculares, ficou internado durante uma semana no hospital. O músico faleceu no dia 15 de março com infecção generalizada.

Algumas frases de Tim Maia:

“Agradeço à minha mãe, Maria Imaculada, meus sobrinhos, os padres capuchinhos e os trombadinhas da praça da Bandeira. Apesar de ter feito um comercial para a Mitsubishi, a Sharp mora no meu coração”, ao receber o prêmio Sharp de 1991.

"Eu já sofri bastante por causa do amor, inclusive eu já sofri em dias maravilhosos como este dia de hoje aqui... Mas sofri tanto, mas tanto, que não dava nem pra perceber esse dia", em entrevista histórica, gravada em um carro que passeava pela orla do Rio.

"O que nós temos de melhor no Brasil é a música, o futebol, o jogo do bicho e a batata doce, temos que exportar isso. E o Maguila, que vai matar o Mike Tyson. De susto, mas vai matar", em 1989, Tim cogitou se candidatar a prefeito da Barra da Tijuca.

"Não é uma seita nem religião, é a verdadeira luz da humanidade", sobre a Cultura Racional, em 1975, quando passou a usar exclusivamente roupas brancas, parou de beber e de usar drogas, e exigiu que os integrantes de sua banda fizessem o mesmo. Com o tempo, abandonou a ideologia e renegou os discos Tim Maia Racional Vol. 1 e Tim Maia Racional Vol. 2.

"Não fumo, não cheiro e não bebo, mas às vezes minto um pouquinho", em entrevista à revista Veja.

"Eu acho que a imprensa brasileira é que nem aquele médico aborteiro. Ele jurou salvar vidas e depois abre uma clínica de aborto e faz 20 abortos por dia. Perdeu o rumo... Não é mais médico, é um assassino", em entrevista a Jô Soares em 1992.

“Isso não se faz. Nem no fundo musical do Xou da Xuxa eu posso cantar. Assim as crianças crescem sem saber quem é o Tim Maia”, sobre a decisão da Rede Globo de banir o cantor de todos os programas de sua grade, após faltar ao Domingão do Faustão.

“Dos artistas do Rio, metade é preto que acha que é intelectual e metade é intelectual que acha que é perfeito”.

“Fiz uma dieta rigorosa, cortei álcool, gorduras e açúcar. Em duas semanas perdi 14 dias”.

“Com os acordes que tem uma música de Tom Jobim dá para fazer umas cinquenta”.

Confira a biografia completa do músico no site oficial.