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Itapema FM  | 10/09/2012 21h35min

Facebook perto de atingir 1 bilhão de usuários em todo o mundo

O Brasil tem 56,6 milhões de pessoas conectadas, o que representa 28% da população

Diogo Vargas e Danilo Duarte  |  diogo.vargas@diario.com.br danilo.duarte@diario.com.br

A façanha de curtidores está perto da casa do bilhão. É a projeção sobre a quantidade de usuários que o Facebook deverá alcançar em breve. Os últimos dados divulgados pela empresa de Mark Zuckerberg, em junho, apontam que o site ultrapassou a marca de 955 milhões de usuários.

Ao chegar a um bilhão de usuários, o que especialistas acreditam que irá acontecer ainda este ano ou no máximo nos primeiros meses de 2013, o Facebook teria quase 15% dos humanos do planeta interligados em sua rede. Um fato inédito para um produto de mídia.

— É fantástico, reunir quase 15% da população mundial. Imagina ter o perfil dessas pessoas, que estão sempre atualizando os seus interesses e que têm poder aquisitivo, acesso à internet, e tomam decisões. É uma máquina de audiência muito grande — ilustra Radamés Martini, diretor da SocialBase, que trabalha com rede social para empresas.

O negócio iniciado há oito anos em um quarto de Harvard começou a se espalhar para fora do ambiente universitário e escolar em 2006. Em maio daquele ano, o site começou a abarcar trabalhadores de empresas e, em setembro, qualquer pessoa que quisesse se juntar à rede. As escolhas feitas em 2006 foram decisivas para o site, que tinha 6 milhões de usuários no final de 2005 e que fechou o ano seguinte com o dobro, 12 milhões de pessoas conectadas.

De lá para cá, o Facebook rompeu fronteiras de idiomas, países e de acessibilidade à internet. Atualmente, segundo o site SocialBakers, a rede de Zuckerberg é acessada por usuários de 213 países.

Para especialistas do mercado, um dos grandes acertos de Zuckerberg foi manter a API (interface de programação de aplicativos) do site aberta para programadores independentes. Desta forma, o Facebook foi uma das primeiras redes a permitir a criação de aplicativos utilizando o seu código, permitindo a renovação constante do site.

Brasil é o segundo país em acessos

Na avaliação de Rodrigo Arrigoni, sócio fundador da R18, empresa de marketing e redes sociais, o Face está perto do 1 bilhão, apesar de certa estabilização recente no crescimento da rede. O Brasil apresenta tendência de crescimento no número de usuários. De acordo com o site SocialBakers, nos últimos três meses o número de usuários nos EUA cresceu 4,35%, enquanto o Brasil teve um crescimento de 18%.

— O usuário brasileiro se destaca em grupos, tem um perfil exato. Somos campeão em rede social e registramos a maior média de amigos, de até três vezes mais do que é registrado no resto do mundo — enumera Arrigoni.

Mesmo crescendo mais, o Brasil ainda está longe de alcançar os Estados Unidos no número total de usuários. O país de Zuckerberg registra pouco mais de 163,6 milhões de usuários (ou 52,75% da população), enquanto o Brasil tem 56,6 milhões de pessoas conectadas no Facebook (28,15% da população).

Mas no mercado digital, assim como em outras áreas, o barco costuma virar. Um exemplo é o Orkut, cujo naufrágio virou fato histórico. Por isso, há dúvidas, entre os especialistas, sobre o que representará a marca histórica do Face. De qualquer forma, em fanpages, posts de empresas, games, mobile e APIs o Face continua acumulando funções e abocanhando novos usuários.


Potencial de vendas aumenta, mas faturamento é incerto

Chegar ao primeiro bilhão de perfis é um feito histórico para a empresa que administra a maior rede social do planeta, mas não é certo que isto represente uma nova realidade econômica para o Facebook na mesma velocidade.

Prova disto é o desempenho da rede social na bolsa de valores. Após estrear em maio deste ano na Nasdaq com cada ação sendo vendida a US$ 38, a companhia de Zuckerberg estava cotada, ontem, em pouco mais de US$ 18 por ação, menos da metade do preço original. Aliás, desde a estreia na bolsa, nunca a ação do Facebook superou o preço original — seguiu, apenas, ladeira abaixo.

Na avaliação do consultor e educador financeiro Mauro Calil, de São Paulo, a valorização das ações do Facebook ainda depende de fatores externos, como o aumento na quantidade de anunciantes, uma virada na valorização das ações e uma possível mudança no comportamento de quem navega.

— O Facebook tem um ótimo argumento para vender publicidade, que é o de ter o potencial de aparecer em um número expressivo de páginas, mas isso não significa que aumentará sua renda. Isso porque o internauta tem a cultura de não pagar pelo que consome por meio da internet — avalia.

Por outro lado, Calil reforça que chegar a 1 bilhão de perfis pode também representar um aumento no custo para manter os dados e estrutura para administrar os servidores que hospedam essas informações. Ele faz uma analogia com o exemplo de um shopping center, que, independente da quantidade de pessoas que circulam, possui um bom faturamento mensal. Embora aumente a quantidade de potenciais compradores, não há uma relação direta com incremento nas vendas.

Se para a empresa o lucro maior é incerto, os desenvolvedores de aplicativos que habitam o mundo da rede social é ainda mais duvidoso. Na avaliação do consultor, a internet é um ambiente onde as pessoas procuram pelo que é mais barato ou, preferencialmente, gratuito. Sem ter como cobrar pelo anúncio ou por aplicativos, a sugestão de Calil para que o Facebook aumente a receita é que o site reforce as parcerias com outras empresas e atuais anunciantes dispostos a investir mais para expandir a estrutura existente.

Um economista da Universidade de São Paulo (USP) especialista em bolsas segue a mesma linha. Para ele, que preferiu não ser identificado por não ser especialista em tecnologia, a regra na economia é uma só: a empresa se valoriza financeiramente a partir do resultado final, que é o lucro. O desafio é saber se com um bilhão de usuários o Facebook vai gerar mais posicionamento de marca ou de receita. Hoje, estima-se que a receita da rede social de Zuckerberg seja 85% proveniente da publicidade.

Emmanuel Dunand / AFP

Na Bolsa Nasdaq, de empresas de tecnologia, o Facebook só acumula perdas
Foto:  Emmanuel Dunand  /  AFP


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