O grande escritor russo Leon Tolstói ainda desperta paixão: sua obra-prima, Anna Karenina, que já foi levada uma dúzia de vezes ao cinema, é tema de mais uma adaptação, desta vez com Keira Knightley no papel principal, apresentada no Festival de Cinema de Toronto, no Canadá. O filme tem estreia prevista no Brasil para fevereiro de 2013.

É a primeira vez que esse filme de 130 minutos, dirigido pelo britânico Joe Wright (autor de Orgulho e Preconceito, de 2005, e Desejo e Reparação, de 2007, também estrelados por Keira Knightley), é apresentado no exterior. O Festival Internacional de Cinema de Toronto, que vai até 16 de setembro, é considerado como uma rampa de lançamento para o Oscar.

A heroína tolstoiana de destino trágico foi representada por várias atrizes de forma brilhante, inclusive por Greta Garbo, Vivien Leigh e Sophie Marceau, mas a jovem inglesa, que já atuou com grande facilidade no papel de uma aristocrata em A Duquesa (2008), acrescenta à sua personagem um toque de humor e leveza. Claro, a Anna Karenina de Joe Wright ainda é uma aristocrata russa casada sem amor com um idoso muito mais velho, Alexei Karenin, e que se apaixona perdidamente por um jovem oficial de cavalaria, Conde Vronsky.

Esta paixão se choca com a alta sociedade da Rússia czarista que não os perdoa, especialmente ela, quebrando os códigos sociais, e termina em tragédia, o suicídio de uma jovem mulher que se atira sob um trem. Mas também nos surpreendemos rindo, com a alegria da atriz britânica tão contagiosa. A encenação é muito original.

Trajes suntuosos, belas músicas (do compositor italiano Dario Marianelli), o jogo de luz que ilumina os rostos, ajudam a compor os personagens. Mesmo Karenin, marido de Anna, é cativante. Outro ponto original do roteiro, enquanto que o personagem de Tolstoi é severo e envolto em preconceitos de classe. Para o papel, o diretor surpreende até mesmo o seu público, escolheu... Jude Law, mais conhecido por seu rosto destruidor de corações, agora irreconhecível atrás de sua barba e óculos pequenos.