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Itapema FM  | 27/08/2012 05h33min

Alanis Morissette lança "Havoc and Bright Lights"

Novo disco da cantora canadense maturidade e compromisso não são sinônimos de conformismo

Elio Bandeira  |  elio.bandeira@zerohora.com.br

Esqueça a Alanis Morissette que alcançou o topo do mundo pop em 1995, com o excelente álbum Jagged Little Pill. A garota debochada, irônica e provocativa não está mais aqui. Em seu lugar, surge uma cantora adaptada à nova etapa de sua vida, de responsabilidades ampliadas. Aos 38 anos, agora mãe e esposa, Alanis volta para mostrar que maturidade e compromisso não são sinônimos de conformismo.

Em seu novo trabalho, Havoc and Bright Lights (algo como “Destruição e luzes brilhantes”), o primeiro após quatro anos, a canadense retoma a trilha das boas composições e reflete a nova etapa. Há dois anos, ela se casou com o rapper Mario “Souleye” Treadway e teve um filho, Ever Imre, no Natal de 2010. Em entrevistas recentes, a cantora reconhece que suas prioridades agora são a família e a carreira, e não mais o sucesso. Afinal, quem já vendeu mais de 30 milhões de cópias do primeiro trabalho e 70 milhões no total não precisa disso.

Com uma das melhores capas do ano, Havoc... reúne temas como maternidade, casamento, comprometimento, amor e espiritualidade. Gravado boa parte em um estúdio improvisado na própria casa, com produção Guy Sigsworth (que trabalhou com Björk, Madonna e Seal) e Joe Chiccarelli (Elton John e Jamie Cullum), o novo CD tem 12 faixas e também mostra uma mudança profissional: é o primeiro pelo selo Colletive Sounds, após mais de uma década de contrato com o Maverick.

As lojas brasileiras recebem o álbum amanhã, pelo selo Lab344 (R$ 29,90). Em setembro, Alanis virá ao Brasil para oito shows de divulgação. Porto Alegre, infelizmente, ficou de fora.

A música de abertura, Guardian, é de longe a melhor de Alanis em quase uma década, pavimentando a volta em grande estilo. Guitarras rascantes e toques de piano na medida certa sustentam uma letra para o filho (“Serei sua defensora para a vida, como sua guardiã/ Serei sua guerreira protetora, sua primeira sentinela/ Serei o seu anjo de plantão, estarei no aguardo”). A família segue em evidência na balada de voz, violão e piano ‘Til You, uma declaração de amor ao marido. Havoc e a delicada Win and Win seguem na mesma linha.

As experimentações ficam registradas na eletrônica e suingada Woman Down, sobre desrespeito às mulheres, e Celebrity, que abre com um clima sombrio para soltar efeitos de guitarra e percussão com toque oriental e letra sobre a dúvida diante do sucesso (“Me diga quem eu tenho que ser/ Quando começar a ser famosa”).

Na ótima Spiral, uma das melhores do CD, baixo e bateria criam uma base dançante, que ensina cantoras como Taylor Swift a soar adolescente sem parecer simplória (“Não me deixe aqui com todas essas vozes críticas/ Porque eles fazem o seu melhor para me derrubar”). O clima leve segue em faixas bem pop, como Empathy, Receive e Lens. Por outro lado, a soturna Numb aborda a dependência química com uma cama de efeitos e violinos, e a etérea Edge of Evolution encerra o álbum.

A evolução de Alanis é evidente. A mãe com cara de garota está pronta para o futuro.

TRÊS GUINADAS NA CARREIRA


— Fenômeno de vendas: em 1995, Alanis tornou-se um fenômeno mundial ao estourar com Jagged Little Pill. Na carona de hits como Ironic e You Learn, o disco vendeu 30 milhões de cópias. Sem suportar a pressão da fama, ela partiu para um breve retiro na Índia. De lá, trouxe a inspiração para o confessional Supposed Former Infatuation Junkie (1998). Quase como um tiro no pé de quem queria se distanciar do estrelato, o disco bateu recorde ao vender 500 mil cópias em uma semana.

— Tempos incertos: nos anos 2000, Alanis trilhou um caminho irregular, cujo melhor momento foi justamente a gravação das músicas de Jagged Little Pill em formato acústico. Fechou a década com o fraco Flavors of Entanglement, que não empolgou nem o público, nem a gravadora Maverick Records.

—  Renovação:  Alanis começou a década atuando na TV e no teatro e prometendo um livro ainda não lançado. Casou, teve filho e canta sobre tudo isso no recém-lançado Havoc and Bright Lights.

ZERO HORA
Williams+Hirakawa / Divulgação

Aos,38 anos, Alanis Morissette mostra em novo disco a inspiração da maternidade
Foto:  Williams+Hirakawa  /  Divulgação


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