Não estranhe se, durante um passeio pelo shopping, na hora do intervalo da faculdade ou enquanto espera o ônibus no Terminal Central, você encontrar um livro "dando sopa" em algum lugar. Eles estão, cada vez mais, inseridos no cotidiano da população em projetos que têm como objetivo disponibilizar obras literárias em espaços públicos e, assim, disseminar o prazer pela leitura.

Desde segunda-feira, cem livros estão sendo distribuídos em pontos diferentes da cidade pelo Joinville Garten Shopping, no Projeto "Passe Adiante", criado em parceria com a Livrarias Curitiba.

— A ideia partiu da livraria, que já tinha o Projeto e agora vai contar com o Garten para ampliá-lo — conta a gerente de marketing do shopping, Monique Campos.

Os livros estão sendo deixados em sete lugares: na Universidade da Região de Joinville (Univille), na Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), nos dois campi do Bom Jesus/Ielusc (Centro e Saguaçu), na Academia Summit, no Terminal Urbano Central e no Garten Shopping. Todos eles terão uma etiqueta explicando o projeto e uma fichinha para que os leitores assinem o nome, registrando ali que fizeram parte do "Passe Adiante".

— Na etiqueta terá um texto dizendo que a pessoa pode pegar o livro, fazer a leitura e depois devolver em qualquer lugar público, para que outras pessoas também possam conhecê-lo — diz Monique.

As obras distribuídas nas faculdades têm temas específicos, destinados aos cursos, e nos outros locais estão sendo deixados romances e livros de autoajuda. Quem encontrar um deles e quiser fazer um relato, pode usar as redes sociais para contatar o shopping. Em setembro, uma nova leva de livros do projeto chegará às ruas.

A iniciativa da Biblioteca Pública

Em novembro do ano passado, a Biblioteca Pública de Joinville começou um programa semelhante com o "Soltos na Cidade". Atualmente, pelo menos 350 livros estão circulando e já chegaram a outras cidades, como São Francisco do Sul, Jaraguá do Sul e Curitiba.

— Alguns dos nossos funcionários, que foram os responsáveis por "soltar" os livros em locais públicos, os deixaram nos terminais, na rodoviária e no aeroporto, então imaginamos que foi assim que chegaram a outras cidades — diz a diretora da biblioteca, Alcione Pauli.

Todos os livros do "Soltos na Cidade" têm etiquetas que, além de detalhar o foco do Projeto, têm dados de contato para que os leitores se comuniquem e avisem até onde cada livro foi. Os limites da iniciativa foram tão ampliados que Alcione recebeu uma mensagem da China elogiando a ideia e pedindo mais explicações sobre a aplicação.

— O e-mail veio do Consulado Brasileiro na China. Acreditamos que o livro tenha sido deixado no aeroporto e, por isso, chegou à China — conta ela.