A próxima edição do Festival de Dança de Joinville trará mudanças na estrutura do evento que vão influenciar a rotina das companhias de dança e o resultado da seleção de coreografias da Mostra Competitiva. O Instituto Festival de Dança, órgão responsável pela organização do Festival, anunciou ontem que o processo seletivo será alterado e, a partir do ano que vem, será feito em duas etapas.

Além disso, os grupos de Joinville também deverão ter o formato de seleção modificado: até 2012, os joinvilenses tinham uma audição diferente, com apresentação ao vivo para os conselheiros artísticos. Amanhã, os representantes das companhias da cidade se reunirão com a diretoria do Instituto para decidir o destino da seletiva presencial.

O processo geral de seleção já foi definido. Ele continua a ocorrer em vídeo, mas agora as coreografias passarão por duas peneiras: a primeira etapa será uma pré-seleção que terá como avaliadores profissionais especializados em cada gênero; na segunda fase, os curadores recebem os trabalhos selecionados para montar o resultado final.

A decisão foi tomada devido ao número muito alto de coreografias inscritas nas últimas edições. Este ano, foram 2.579 trabalhos vindos de outras cidades, além das 70 coreografias de Joinville, que foram avaliadas em sete dias pelos curadores artísticos (João Wlamir, Fernanda Chamma, Andrea Bardawil e Ana Vitória) com a ajuda de dois convidados.

— Estava muito puxado, muito intenso, para estes seis jurados fazerem sozinhos este trabalho. Tendo as duas etapas, abrimos a seleção geograficamente — avalia a coordenadora executiva do Instituto, Karin Coletti.

Com esta mudança, os trabalhos das companhias joinvilenses também deverão ser enviados em vídeo para a pré-seleção. O Instituto ainda vai decidir, com a ajuda dos diretores dos grupos, dos curadores e do conselho, se a seleção final para os joinvilenses será igual à dos outros ou continuará sendo ao vivo.

— Alguns grupos acham que a seleção joinvilense é injusta, porque quem é avaliado em vídeo pode gravar várias vezes e escolher a melhor opção. No palco, se alguém errou não dá pra voltar atrás e fazer de novo — diz Karin.

A seletiva local foi criada em 2001 pela Fundação Cultural de Joinville para ser uma prévia do Festival de Dança. Ela começou no teatro do Sesc e passou para o Teatro Juarez Machado, onde ocorre em duas noites de apresentações no mês de maio.

— A seletiva de Joinville já é um evento da cidade, então temos que pensar também no impacto que isto pode causar — afirma a coordenadora.

O Instituto ainda não definiu o número de profissionais de cada gênero que atuarão na pré-seleção nem como será montada esta estrutura. As decisões só serão divulgadas depois da primeira reunião com as novas conselheiras artísticas — Cecilia Kerche, Iracity Cardoso e Sigrid Nora se unem a Andrea Bardawil — que ocorrerá na primeira quinzena de outubro.

O Instituto Festival de Dança enviou convites para os grupos que já se apresentaram no evento e por isso estão cadastrados no banco de dados, mas novos coreógrafos e professores que quiserem participar da reunião devem entrar em contato com o Instituto no (47) 3423-1010. A reunião ocorrerá nesta quinta-feira, às 15 horas, na sala 5 do Centreventos Cau Hansen e é aberta apenas para profissionais que têm grupos em Joinville.