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Itapema FM  | 21/08/2012 06h06min

Gal Costa faz show hoje na Capital com repertório que mistura rock, funk e eletrônico

Após dois anos sem aparecer na Ilha, cantora traz músicas do 30º CD da carreira

Sâmia Frantz  |  samia.frantz@horasc.com.br

Uma nova Gal Costa ressurge em Florianópolis hoje. Dois anos após sua última aparição pelos palcos da Capital catarinense, ela retorna igual e diferente de todos os shows que já realizou por aqui.

Com a mesma voz singular, como se o tempo jamais tivesse passado, a cantora sobe ao palco do Teatro Governador Pedro Ivo tomada por um novo estilo. Ainda é a Gal de sempre, mas agora renovada por melodias pesadas e batidas eletrônicas mais radicais.

Fruto de seu mais recente álbum, a turnê Recanto traz essa Gal ousada, que arrisca misturas de rock, intervenções eletrônicas e até o forte e típico pancadão do funk carioca - novas batidas que ela apresenta ao lado de Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo). É uma prova de que a espera dos fãs valeu a pena - seu último álbum, Hoje, já acumulava seis anos.

O repértório leva 22 canções ao palco em quase duas horas de show - 17 delas assinadas por Caetano Veloso, mentor e produtor do espetáculo. O destaque fica por conta de Recanto Escuro, Cara do Mundo, Neguinho e Miami Maculelê, que traduzem especialmente essa nova face de Gal Costa. Mas o show não se limita apenas às canções de Recanto. A cantora de 66 anos passeia também por todas as fases da carreira, retornando a antigos sucessos como Da Maior Importância, Divino Maravilhoso, Baby e Vapor Barato - não deve faltar no setlist, claro, Modinha para Gabriela, escrita por Dorival Caymmi e sucesso no remake da adaptação de mesmo nome que está atualmente no ar pela Rede Globo. Mesmo assim, Gal surpreende: algumas virão acompanhadas de voz e violão, enquanto outras renovam os arranjos originais de antigas canções.

Lançado no fim do ano passado, Recanto é o 30º álbum da carreira da baiana, dona de uma das vozes mais emblemáticas da MPB. O show de hoje, a partir das 21h, é inédito e único no Estado. É a oportunidade de ver de perto essa nova Gal, renovada em repertório e evoluída em música, tom e melodia. E naquele que pode ser considerado um dos shows do ano.



"É um novo suspiro, uma cara nova"

Na Capital desde ontem, Gal Costa descansa em um hotel para subir ao palco do Teatro Governador Pedro Ivo esta noite e apresentar o show Recanto. Nesta entrevista, feita por e-mail, ela reflete sobre experimentações sonoras e a MPB.


Recanto tem uma sonoridade que mistura música eletrônica, funk e outros arranjos mais pesados. É uma nova Gal que vem surgindo?

Gal Costa - Fiz e faço rupturas, e acho importante. É um novo suspiro, uma cara nova, uma alegria poder fazer este movimento. O disco é arrojado e tem tudo a ver comigo.


Isto não pode assustar os fãs mais tradicionais? Como tem sido essa recepção até aqui?

Gal - Eu amo fazer este show. Ele tem um repertório especial, luz, enfim, tudo é lindo e a receptividade do público tem sido espetacular. Recanto foi eleito o melhor disco pelos críticos junto ao de Chico Buarque. Tenho certeza de que os fãs de Florianópolis irão gostar.


E sobre esses arranjos mais pesados da turnê?

Gal - Minha relação com a música eletrônica é antiga. Nos tempos do Tropicalismo trabalhei bastante com este estilo. Era uma estética diferente, porém, igualmente radical.


Há seis anos, Caetano Veloso lançou Cê, disco em que experimenta novos arranjos. Você está fazendo isso agora. Essa virada teve influência dele?

Gal - Caetano é quem me propôs fazer o projeto. Falou-me sobre sua ideia e a vontade de fazer este trabalho, logo após assistir a um show meu em um teatro de Lisboa. Topei na hora. E não demorou muito para tudo se concretizar. Ele começou a compor e partimos para a elaboração dos arranjos, que são ideias dele. Aí, gravamos as vozes guias.


E então ele acabou por virar o mentor da turnê também...

Gal - Trabalhamos muito juntos ao longo dos anos, mas fazia muito tempo que não fazíamos um projeto. Foi muito bom. Ele compõe para mim de uma maneira muito especial.


Caetano e Gil acabam de completar 70 anos. Você tem 66. Juntos, vocês fazem parte de uma geração que mudou o rumo da MPB e o comportamento na década de 60. Você encontra um referencial na classe artística, hoje, capaz de levar isso adiante?

Gal - Tenho ouvido o que sempre ouço e buscado muita coisa na internet. Tem muita gente legal por aí, e também muita coisa chata. Mas prefiro não citar nomes.



SERVIÇO

O quê: show Gal Costa e Banda, turnê Recanto
Quando: hoje, às 21h
Onde: Teatro Gov. Pedro Ivo (SC-401, km 5, Saco Grande, Florianópolis)
Quanto: ingressos de R$ 150 a R$ 300, à venda nas bilheterias do Teatro Pedro Ivo ou o Teatro Álvaro de Carvalho (na Rua Marechal Guilherme, 26, Centro, Florianópolis), ou ainda pela Blueticket (nos quiosques do Beiramar Shopping, do Restaurante Central Bocaiúva, no Café Cultura da Praça XV ou pelo site www.blueticket.com.br)

DIÁRIO CATARINENSE
Gilda Midani / Divulgação

Gal leva 22 canções ao palco em quase duas horas de show
Foto:  Gilda Midani  /  Divulgação


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