Em 2012, Milton Nascimento completa 70 anos de idade, e nada menos que 50 de carreira. Muitas coisas estão programadas para a comemoração - entre elas, o lançamento de dois livros e de uma peça teatral. Mas o principal acontecimento é a turnê do show 50 Anos de Carreira, que deve passar por quase todos os estados brasileiros, além de contar com apresentações em outros países da América do Sul, e também na Europa. Milton nunca se preocupou com a distância, muito menos com o tamanho do lugar. Como nunca se cansa de repetir: "Vou onde me chamam". Em outubro, a apresentação que será feita no Rio de Janeiro deve ganhar registro em DVD. Mas, antes, Milton vem a Florianópolis apresentar seu show, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, no dia 25 de agosto.

Desde o Festival Internacional da Canção de 1967, quando teve três músicas de sua autoria classificadas (entre elas, Travessia e Morro Velho), Milton Nascimento desponta no cenário mundial como um dos mais importantes músicos brasileiros de todos os tempos. O disco Courage, gravado nos Estados Unidos já em 1968 e lançado quando Milton tinha ainda 26 anos de idade, reuniu nomes de peso como o pianista Herbie Hancock e o produtor Eumir Deodato. A partir deste trabalho, Milton passou a transitar com enorme influência por todos os cantos onde passou: em pouco tempo, o carioca se transformou em "cidadão do mundo". Em Paris, o então presidente François Miterrand adiou a reabertura do Museu do Louvre para poder assistir ao show de Milton no Park de La Villete. Em Los Angeles, Milton teve seu nome registrado no Royce Hall, onde Einstein apresentou sua Teoria da Relatividade. Recebeu a chave das cidades de Nova York e Miami; foi feito Cavalheiro das Artes e das Letras da República Francesa. O sucesso nos palcos dos mais de vinte países por onde Milton sempre cantou o Brasil é a legitimação de seu talento. Talento que já colocou seu nome diversas vezes nas listas dos melhores das publicações Down Beat e Billboard. O músico acumula na bagagem quatro prêmios Grammy, uma centena de títulos e homenagens, e turnês bem sucedidas na Ásia, Europa, África e América, além de mais de quinze milhões de discos vendidos.

Com o lançamento do álbum E a Gente Sonhando, em 2010, Milton completou 46 discos gravados - isso sem contar as centenas de participações em projetos de amigos, parceiros, músicos e cantores do mundo inteiro, que diariamente procuram Milton para trabalhar com eles em estúdio. A lista de pessoas com quem já gravou (e por quem foi gravado) não tem limites: Wayne Shorter, Mercedes Sosa, Sarah Vaughan, Peter Gabriel, James Taylor, Joe Anderson, Paul Simon, Duran Duran, Pat Metheny, Bjork, Esperanza Spalding, Jason Mraz. A lista de admiradores também é grande. Tom Jobim certa vez declarou que gostaria de ver todas as músicas de sua autoria gravadas por Milton. "Nunca vi ninguém que tivesse por ele um sentimento amargo. Discreto, Milton foi se fazendo famoso sem nunca colocar a carapuça de rei", disse Dorival Caymmi num depoimento. Caetano Veloso escreveu que "a palavra inventivo não o define tão bem como a palavra original, e ele é, sozinho, um movimento." Elis Regina costumava dizer que "se Deus cantasse seria com a voz de Milton".

Nos meses de junho e julho de 2011, aconteceu a última viagem à America do Norte de Milton e sua Banda 4, formada por Wilson Lopes (guitarra), Lincoln Cheib (bateria), Kiko Continentino (piano) e Gastão Villeroy (baixo). A série de oito shows recebeu elogios em todos os lugares. O Huffington Post - que enviou uma jornalista ao Canadá - apelidou Milton de "bruxo", por causa do "transe" que causou na plateia de cinco mil pessoas em sua apresentação durante o Festival de Jazz de Montreal 2011, onde estavam reunidos nomes como Paco de Lucia, Chick Corea, Robert Plant, Prince e Tony Bennet. Apenas para se ter uma ideia do que representa a figura de Milton Nascimento no mundo, após um concerto no badalado Lincoln Center, em Nova York, no dia 24 de junho de 2011, o crítico Jon Pareles, do jornal The New York Times, escreveu a seguinte frase: "Milton Nascimento é um tesouro nacional."

Serviço
Milton Nascimento no show 50 Anos de Carreira
Quando: 25 de agosto, às 21h
Onde: Centro de Cultura e Eventos da UFSC
Informações: (48) 4062-0065
Ingressos: Quiosque Blueticket Shopping Beiramar, ou através do site http://www.blueticket.com.br/ (meia-entrada somente no quiosque)
Valores: 1º. Lote plateia inferior = R$ 180,00 (meia-entrada: R$ 90,00)
              1º. Lote plateia superior = R$ 160,00 (meia-entrada: R$ 80,00)
              Membros do Clube do Assinante DC têm desconto de 10 reais. Os ingressos com desconto também podem ser adquiridos por meio do site http://www.blueticket.com.br/