O Prêmio Desterro chega a terceira edição e acontece de 10 a 12 de agosto no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis. O Santa Catarina Dança tem o dobro de história — seis anos. Acontece 18 dias depois, de 30 de agosto a 2 de setembro, no mesmo lugar. Semelhantes? Em muitos quesitos, embora seus organizadores apontem distinções.

Ambos têm premiações em dinheiro. O Desterro, R$ 21 mil no total. O Santa Catarina, R$ 25 mil. São abertos a grupos de todo o Brasil e Exterior. As taxas de inscrição também são semelhantes: R$ 30 (conjunto de bailarinos) e de R$ 50 a 55 (para bailarino solo), assim como as categorias. A diferença é que o Desterro tem dança de salão e sapateado. O Santa Catarina Dança, não. Mas esse tem estilo livre, modalidade não contemplada no Desterro.

— Cada um tem um perfil diferente. O Santa Catarina Dança e o Prêmio Desterro podem acontecer em momento próximo, mas um não interfere no outro. O Desterro só recebe bailarinos com idade acima de 14 anos. O Santa Catarina tem crianças. Há público para todos — analisa Bia Mattar, curadora do Prêmio Desterro.

Para Rosângela Déa de Melo, coordenadora geral do Festival Santa Catarina Dança, os dois eventos são distintos. Além do Santa Catarina Dança ter a categoria infantil, oferece oficinas e abre espaço para grupos carentes se apresentarem gratuitamente. Ela concorda que as datas de ambos são próximas, mas explica:

— O Festival Santa Catarina Dança está na sua sexta edição. A data do festival foi estudada e planejada, assim como toda sua funcionalidade. Penso que as datas são muito próximas, porém, o Festival Santa Catarina Dança já tinha sua data estabelecida no calendário artístico de vários grupos de dança desde 2007. Nenhum é menos ou mais importante que o outro, porque ambos contribuem para o crescimento dessa maravilhosa arte que é a Dança. Mas eu acredito ser inviável unir os dois eventos.

Para Carlos Andrade, um dos organizadores do Prêmio Desterro, a principal diferença entre os dois festivais é a ausência de crianças no Desterro. Ele não concorda com a união dos festivais:

— Não se trata de concorrência, pois são diferentes, cada um com seu perfil, e existe demanda para todos. A possibilidade de unificação existe, mas cremos que se pensaria nisto quando não se encontrasse solução para a equação formada pela quantidade de bailarinos, presença de público e investimento de patrocinadores.

Mapi Cravo, coordenadora da área de dança da Fundação Catarinense de Esporte, também não concorda com a união de festivais:

— Não acho que valeria unir festivais em um único. Quanto mais iniciativas tivermos, melhor. Afinal é muito difícil trabalhar com arte, conseguir aprovar projetos via leis de incentivo. Então toda iniciativa é super válida.