Roberta Ávila  |  roberta.avila@diario.com.br

O livro Música Pop no Cinema - Histórias e Curiosidades das Trilhas que Marcaram Gerações é um desses que, se você deixar na sala de casa, das duas uma: ou não consegue conversar com as visitas, que vão ficar encantadas com o conteúdo, ou fica sem a leitura rapidinho, porque pai, mãe, irmão ou namorada vão dar sumiço no livro.

É difícil não simpatizar com o que envolve memória afetiva. Com tantos filmes que já assistimos e tantas músicas que adoramos, como não se identificar? A sacada foi do jornalista Rodrigo Rodrigues. Atual apresentador da ESPN Brasil, Rodrigues já foi da TV Cultura, onde apresentava o programa Vitrine ao lado de Sabrina Parlatore.

Com sua banda, os Soundtracks, começou a fazer apresentações que reuniam covers de trilhas sonoras de filmes dos anos 1980, como Curtindo a Vida Adoidado e Flashdance. São filmes clássicos que, apesar de não terem mudado a história do cinema com o Oscar, fazem parte do imaginário dos aficionados pela telona e ocupam um lugar especial: o dos filmes que são vistos e revistos com carinho.

Do cinema mudo a Embalos de Sábado à Noite

Como diz Rodrigo, é um livro sobre rock, afinal, tudo que veio depois de Beethoven é rock.

— Quem diz isso é William "Billy" Forghieri, tecladista da banda Blitz — explica o jornalista, que estreou como escritor exatamente com uma biografia "autorizada" da Blitz.

Considerando que o livro fala sobre Beatles, Elvis Presley e The Doors, fica difícil discordar.

Rodrigues começa o livro voltando ao princípio do cinema, quando os filmes eram mudos e instrumentos ou até orquestras inteiras acompanhavam as projeções.

— Um dos primeiros a compor as próprias trilhas sonoras para seus filmes foi Charles Chaplin, que se envolvia em basicamente todas as etapas de produção — afirma.

De lá para cá houve grandes compositores de trilhas sonoras, como Ênio Morricone, responsável pelas trilhas de grandes filmes, entre eles Os Intocáveis e Cinema Paradiso. Mas foi nos anos 1980 que a música pop realmente chegou com tudo no cinema, descreve Rodrigo.

Não por acaso a maior parte dos filmes citados no livro foram feitos nessa época. De Goonies a Embalos de Sábado à Noite, os títulos são apresentados com grande quantidade de imagens e curiosidades, como as composições de bandas de filmes que acabaram invadindo as rádios do mundo real.

— A música de The Wonders, That Thing You Do, e também a do filme Letra e Música, Way Back Into Love, tocam nas rádios e os locutores apresentam "essa foi That Thing You Do, com The Wonders", mas a banda nunca existiu! Foi tão grande o sucesso do filme que a música ultrapassou essa barreira da ficção — explica Rodrigo.

O livro também traz curiosidades sobre os atores que interpretaram músicos no cinema, como Val Kilmer, que gravou uma fita demo cantando músicas do The Doors para ganhar o papel do vocalista, Jim Morrison, no filme de Oliver Stone.

— Até então não se tinha registro de que Val Kimer soubesse cantar e ele foi lá, gravou uma fita cantando The Doors, entregou na mão do diretor e ganhou o papel — afirma o jornalista.

Envolvente, o livro tem ordem cronológica, e só deixa espaço para o que o futuro do cinema reserva.



Top 10 — Trilhas sonoras que você precisa conhecer

Once

Risky Business

Footlose

Ritmo Quente (Dirty Dancing)

Rocky

Série 007

Embalos de Sábado à Noite

De Volta Para o Futuro

Quase Famosos

Alta Fidelidade

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