O primeiro passo para a formação da Orquestra Cidade de Joinville (OCJ) foi dado na última terça-feira. As comissões de legislação e educação da Câmara de Vereadores de Joinville aprovaram a criação de dois cargos de maestro e maestro-auxiliar e a instituição do Bolsa Orquestra. Para o projeto entrar em vigor na cidade, faltam o crivo da comissão de finanças que deve avaliar as condições da OCJ ainda nesta quinta-feira, além da aprovação em plenário.

Se aprovada, a lei, que tramita no Legislativo de Joinville desde dezembro de 2011, garantirá a continuidade de uma formação orquestral em Joinville mantida pelo poder público, mas que também poderá contar com apoios privados.

— A orquestra não começa pretensiosa. Ela vai crescer conforme a cidade quiser", afirma Silvestre Ferreira, presidente da Fundação Cultural de Joinville (FCJ).

Após instituída a iniciativa, a FCJ tem prazo de 30 dias para convidar dois maestros, que terão cargos comissionados. Com a equipe formada, será lançado um edital para seleção dos músicos que receberão bolsas que podem variar entre R$ 550 e R$ 1,6 mil, dependendo dos níveis de atribuições do candidato – são cinco níveis ao todo.

Além de músicos que ensaiem e se apresentem com o grupo, o projeto prevê cargos de músicos-oficineiros, que atuarão junto à comunidade. Será aberta a oportunidade para profissionais de todo o País. Ao todo, a OCJ representará um gasto anual de R$ 450 mil para o município. O valor refere-se somente ao pagamento dos integrantes.

A orquestra será constituída de seções de cordas, metais, madeiras e percussão.

— Esse formato é o primeiro passo para a OCJ se tornar no futuro uma orquestra de profissionais — defende o gerente de difusão e incentivo à cultura da FCJ, Lausivan Corrêa, responsável pela elaboração do projeto.

— Todo o projeto foi escrito de acordo com outros modelos brasileiros de orquestras — explica.

A promessa da criação da orquestra foi feita na última edição da Festa das Flores, quando o prefeito Carlito Merss anunciou publicamente os esforços para reativar as apresentações como as que aconteciam com a Orquestra Harmonia-Lyra, que foi referência na cidade e região durante 75 anos.

A Orquestra Harmonia-Lyra foi a primeira formação joinvilense erudita. Segundo registra o livro "Harmonia-Lyra – Palco das Musas, desde 1858", a orquestra, chamada no início de Musikverein Lyra, chegou a fazer concertos com a presença do Príncipe Dom Pedro de Bragança e da Princesa Izabel.